Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Cancro. França suspende medicamento e Liga Portuguesa defende “estudo mais adequado"

30 mar, 2017 - 10:52

O Docetaxel é usado há anos para tratar, sobretudo, o cancro da mama. Em França, 48 mortes aparentemente relacionadas com o medicamento levaram à sua retirada temporária do mercado.

A+ / A-

É com estranheza que a Liga Portuguesa Contra o Cancro reage à decisão da agência francesa do medicamento de deixar de comercializar o medicamento Docetaxel.

“Estou a achar muito estranho, na medida em que é um medicamento que é utilizado há muitos anos – provavelmente há 20 anos. Faz parte do armamentário ‘standard’. É relativamente barato e é utilizado em grande escala em diversos tipos de patologia, nomeadamente na área mamária”, afirma Vítor Veloso, da direcção da Liga.

À Renascença, o responsável defende que “deveria ter havido um estudo mais aprofundado da parte dos franceses. Em vez de suspenderem, deveriam ter feito estudos adequados”.

Vítor Veloso garante que não existem casos de efeitos adversos fatais conhecidos em Portugal, mas admite que os doentes agora não queiram aceitar tomar este medicamento.

“Isto vai provocar receios em favor de outros medicamentos que serão provavelmente mais caros e provavelmente não tão indicados”, prevê.

Por isso, defende, é tempo de reflectir sobre o assunto e deixar que o Infarmed decida o que fazer.

Em França, 48 doentes tratados com Docetaxel morreram nos 20 anos de comercialização do medicamento. Entre 1996 e Fevereiro deste ano, "foram reportados 187 casos de colite ou de choque séptico, dos quais 48 resultaram em morte", refere o comunicado da agência francesa do medicamento.

Foi, por isso, iniciada uma investigação e agência recomenda que, enquanto isso, se evite o uso de Docetaxel no tratamento de certos tipos de cancro da mama.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+