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Operação Marquês. MP pede mais 60 dias para investigar Sócrates

15 mar, 2017 - 18:39 • Liliana Monteiro

Prazo termina na próxima sexta-feira. A decisão está nas mãos da procuradora-geral da República.

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Pelo menos mais 60 dias é o tempo que a equipa do Ministério Púbico (MP) que investiga a “Operação Marquês” pede à procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, que nesta altura já tem em mãos o despacho com pedido de prorrogação do prazo, confirmou a Renascença junto de fonte judicial.

A notícia de que o Ministério Público tinha pedido mais tempo para investigar o caso foi avançada esta quarta-feira à tarde pelos jornais "i" e "Público".

O pedido partiu da equipa do MP e não resultou de qualquer reunião formal com o director do Departamento de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Amadeu Guerra, e com a procuradora-geral da República.

Os últimos dias têm sido de muita azáfama entre os procuradores do caso que têm ouvido vários arguidos desde a última semana, confrontando-os com novos factos, adiantou uma fonte judicial à Renascença, garantindo que alguns dos negócios sob suspeita já estão praticamente filtrados legalmente.

Nesta altura há, pelo menos, uma carta rogatória importante enviada a Angola que aguarda resposta e dela poderá resultar a constituição de um novo arguido: José Paulo Pinto de Sousa, primo de José Sócrates.

No entanto, o mal-estar e o degradar das relações entre Portugal e Angola em matéria de justiça depois da acusação ao vice-presidente angolano, Manuel Vicente. O resultado desta carta é mais uma peça-chave para a investigação que por razões legais e de diligências ainda necessárias não pode fechar já as portas da “Operação Marquês”.

A mesma fonte confirma à Renascença que, ainda esta semana, foram realizadas buscas relativas ao Grupo Espírito Santo.

Sublinha ainda que há escutas do processo “Face Oculta” que foram autorizadas a serem usadas como prova nesta investigação, por conterem factos relevantes sobre negócios suspeitos que aqui estão a ser investigados.

Está agora nas mãos da procuradora-geral Joana Marques Vidal decidir se a investigação tem até Maio para consolidar provas ou não. Sendo certo que nesta altura os investigadores não estão em condições de apresentar um despacho final na sexta-feira, último dia do prazo dado pela Procuradoria-Geral da República.

A Renascença já contactou a Procuradoria-Geral da República mas ainda não obteve resposta.

José Sócrates é o principal arguido da "Operação Marquês". Está indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, numa investigação que conta, até ao momento, com 25 arguidos - 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena - estando a decisão do Ministério Público de acusar ou arquivar o processo marcada para a próxima sexta-feira.

Entre os arguidos estão o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.

[notícia actualizada às 19h47]

Comentários
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  • A
    16 mar, 2017 A 15:22
    pelo andar da carruagem ou o socrates apanha prisão perpétua ou vamos ter tapar um grande buraco de milhões com a indemnização! Este é que é o tal "esplendor de Portugal" que tanto se tem cantarolado à custa do futrabol. No reino da Domus Justiciae também anda pra lá uma salada...
  • Frederico
    16 mar, 2017 Lx 06:51
    Possas que veio a tropa toda do 44 em massa para os comentrios... Deixem lá... se ele estiver inocente mais 60 menos 60 nao faz diferenca. Será inocente na mesma....
  • Paulo
    16 mar, 2017 Porto 02:29
    Caso as provas não sejam perfeitamente entendiveis pelo comum dos mortais, parecer-me-ia bem que o juiz que mandou prender um ex primeiro ministro, sem provas, apanhe prisão perpétua.
  • António Lapa
    16 mar, 2017 AMADORA 00:29
    Este é o retrato da justiça em Portugal. Mete-se um homem na cadeia e desencadeia-se um mega processo com milhares de páginas e, no fundo, nada de substância. Pobre país...
  • zecao
    15 mar, 2017 lisboa 23:57
    Sou novo nestas coisas, mas pelo que leio nos comentários, parece-me que quem desviou os milhões foram os procuradores, daí não conseguirem chegar a lado nenhum, toda a gente vangloria a capacidade mafiosa desta trupe que esteve nos centos de decisão e só por necessidade de alargar mais a investigação porque a tramóia foi bem montada, aqui del-rei que estão a lesar o direito dos cidadãos, e os cidadãos que têm de pagar estas tropelias todas tenham paciência porque ninguem desviou dinheiro nenhum, foi só para queimar o nosso lider Socratino e não o deixar ser PR.....IRRA
  • Marco Almeida
    15 mar, 2017 olhão 23:43
    Cuidado com esta nossa "justiça" mete medo, primeiro prende-se, depois investiga-se, depois é prorrogações atrás de prorrogações para vêr se aparece alguma coisinha para incriminar o homem, e isto tudo com um ex 1° Ministro (por acaso até nunca gostei dele), imaginem o que não será com o cidadão comum pé rapado, com o tamanho do "processo" e com tanto arguido vai ser julgamento para entrar no Guiness Book oh se vai, o prazo legal máximo para um inquérito e de 18 meses e o processo já dura há 42 meses, tenham vergonha na cara senhores do Ministério Público ou seja já têm 2 anos a mais e ainda não descobriram nada? Falta de produtividade
  • Norberto Henriques
    15 mar, 2017 Algueirão Mem martins 23:36
    Apesar de todos os dias aparecerem novos dados, a juntar ao processo Marquês, novo adiamento não ficará bem à nossa justiça. Pior se no final da telenovela a questão ou questões ficarem em aguas de bacalhau.
  • O Zé
    15 mar, 2017 lx 23:17
    A justiça é vergonhosa, ontem alguém apregoava numa dissertação que ajustiça é independente e um pilar da democracia e que não éra passível de politização ou de interferência do Governo ou de políticos, errado, está à vista de todos que cada vez mais se consegue perceber que se prendeu alguém, ainda que possa vir a ser formalmente acusado, depois destes sucessivos adiamentos, sem provas irrefutáveis como disseram e que apenas serviu para ir investigar, lançando e manchando o nome de alguém, que ao que parece ainda poderá vir a ser absolvido, visto que tudo aquilo que lhe é imputado terá de ser provado em sede de audiência de julgamento e com base efetiva em factos e acontecimentos, testemunhos etc... recordo ainda que o nosso sistema jurídico prevê que qq pessoa goza da presunção de inocência até ao transito em julgado.....
  • AMicael
    15 mar, 2017 Paços de Ferreira 22:31
    Não se percebe mais um adiamento!.. E não aceito que se prenda um cidadão qualquer, sem provas concretas, e muito menos um ex-primeiro ministro de Portugal, quer se goste dele ou não. O processo Marquês está já com uma dimensão tal que ponho dúvidas que se consiga chegar a alguma conclusão. Pobre Juiz que vai receber este imbróglio. O julgamento vai-se arrastar de tal forma que muitos envolvidos vão falecer primeiro e... acabará por ser arquivado! Que fizeram às provas que permitiu prender um ex-primeiro ministro mal chegou ao seu país?
  • 15 mar, 2017 aldeia 22:27
    Com tantos adiamentos.....está visto que ainda iremos pagar uns bons milhões de indemnização ao zé.

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