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Pastor adventista foi afastado antes de se saber de caso de abusos de menores

24 fev, 2017 - 15:06 • Filipe d'Avillez

Suspeito vivia na casa pastoral “por amor cristão e misericórdia”, explica fonte próxima da Igreja, porque tinha um filho menor a estudar, mas há alguns meses que lhe foi movida uma acção de despejo.

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O pastor adventista que foi detido na quinta-feira pela Polícia Judiciária por suspeita de abuso de menores já tinha sido afastado da actividade pastoral pelos seus superiores em 2014, mais de um ano antes de se ter desconfiado da sua “vida dupla”.

Fonte próxima do processo tinha dito, ontem, à Renascença que o pastor tinha sido afastado na altura em que se começou a falar, no seio da comunidade, dos abusos praticados sobre uma menor, que começaram, alegadamente, em 2010, quando a vítima tinha sete anos, e se prolongariam até 2016.

Contudo, uma pessoa próxima da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Tomar, onde o suspeito trabalhou, explica à Renascença que, afinal, o afastamento de funções pastorais deu-se antes e não por essa razão: “Ele foi afastado porque, durante cerca de sete anos, não evidenciou nem correspondeu ao exigível perfil de pastor nas várias áreas - apresentação, linguagem, postura, cooperação institucional, moralidade e até teológico.”

Houve tentativas de o reintegrar e de promover mudanças de atitude, mas fracassaram “devido à sua obstinação em aceitar”.

O ex-pastor ficou a viver na casa paroquial, que fica a cerca de um quilómetro da Igreja, “por amor cristão e misericórdia”, uma vez que tinha um filho menor a estudar.

As suspeitas sobre os abusos só se tornaram públicas entre o final de 2015 e o início de 2016, explica a mesma fonte. Nessa altura, a Igreja soube que tinha sido apresentada queixa às autoridades por parte da família e da escola da vítima.

Desde a sua demissão que as relações com a Igreja Adventista se mantinham tensas. O ex-pastor, um brasileiro de 54 anos, moveu várias acções contra a Igreja exigindo a sua reintegração como pastor, mas perdeu. Entretanto a Igreja interpôs uma acção de despejo da casa pastoral, mas que até à data continua sem desfecho.

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