20 fev, 2017 - 11:11 • Manuela Pires
Depois de, no início do mês, ter obtido a aprovação da Câmara dos Comuns, o Governo de Theresa May precisa agora do aval dos Lordes para activar o artigo 50º do Tratado de Lisboa, que regula a saída de um Estado-membro, e dar início a dois anos de negociações com Bruxelas. A agência Lusa explica que o projecto-lei é muito curto. Tem apenas duas cláusulas e 137 palavras. O Governo de Londres quis um texto simples e directo para evitar alterações que pudessem atrasar o calendário definido, com aprovação final até ao início de Março.
O Guardian falou com vários políticos europeus que acusam a Grã-Bretanha de estar a chantagear e a dividir os países da União Europeia e que essa estratégia é muito perigosa para o Reino Unido e que as negociações podem fracassar.
Um mês depois de ter tomado posse, o vice-Presidente dos Estados Unidos está esta segunda-feira em Bruxelas, tem encontros com os líderes da União Europeia e com o secretário-geral da NATO. Apesar das críticas de Donald Trump à NATO, Mike Pence já garantiu que a aliança entre os Estados Unidos e a NATO é inquebrável. Quanto à União Europeia, Bruxelas espera ouvir de Mike Pence que a nova Administração norte-americana está, como as anteriores, apostada no reforço da cooperação transatlântica. Mas o correspondente do El Mundo conta que, na Casa Branca, não há ninguém que defenda a União Europeia. Essa é a convicção de um professor da Universidade de Harvard. Manuel Munhiz diz que “para Washington a Europa existe, mas não a União Europeia”.
Nesta manhã de encontros em Bruxelas, Mike Pence tem reuniões marcadas com o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk e com o presidente da Comissão, Jean Claude Juncker. O jornal Expresso diz que são esperadas algumas manifestações em Bruxelas contra a nova Administração norte-americana.
No El Pais, a cimeira entre França e Espanha que decorre hoje em Málaga. O Presidente François Hollande vai convidar Mariano Rajoy a regressar ao núcleo duro da União, num ano que se avizinha muito complicado, com o Brexit e com a incerteza nas eleições em França, na Alemanha e na Holanda.