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Cimeira em Malta com agenda cheia e Hollande no lugar de Tusk

03 fev, 2017 - 11:27 • André Rodrigues

​Destaque para a cimeira informal dos líderes europeus em La Valleta, a capital de Malta. Em cima da mesa a crise migratória, o Brexit e Donald Trump.

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Revista de Imprensa de temas europeus 03-02-2017

Trump é justamente o centro do debate dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia. Segundo o jornal Público, o presidente dos Estados Unidos torna o debate europeu ainda mais urgente. Teresa de Sousa assina este texto e escreve que “a Europa não estava preparada para um presidente americano que pusesse radicalmente em causa a relação entre os dois lados”. Uma relação, “forjada na guerra e mantida até hoje”. Mas o encontro de La Valleta é uma preparação, uma antecâmara da cimeira do próximo dia 25 de Março para assinalar os 60 anos do Tratado fundador da Comunidade Europeia, em Roma. A agenda estava fixada: crise dos refugiados e Brexit, mas o factor Trump coloca os destinos da Europa nas suas próprias mãos… nas mãos dos líderes das instituições e também dos estados-membros. No entanto, o Público convida a olhar a Europa naquilo que são as profundas divergências que constituem ao mesmo tempo esse enorme desafio que é 2017: o Reino Unido à porta da saída, a quase inexistência da França, a situação caótica em Itália, o leste europeu que diverge dos valores que fundaram a Europa comunitária, os valores da integração. E a crise do euro que está ainda longe do fim. E no meio de tudo isto, Donald Trump, o que torna tudo ainda mais difícil para os líderes europeus.

E as constantes provocações feitas pela administração Trump estão a gerar um clima de contestação numa das principais instituições europeias. De acordo com o jornal Guardian, os líderes dos principais partidos com assento no Parlamento Europeu escreveram à Comissão e ao Conselho Europeu no sentido de rejeitarem a nomeação de Ted Malloch como embaixador dos Estados Unidos junto das instituições comunitárias. Ted Malloch, um declarado entusiasta do Brexit, antecipou numa recente entrevista à BBC o fim do euro no prazo de um ano e meio. Mais grave ainda: Ted Malloch disse nessa mesma entrevista que teve um posto diplomático em que ajudou a derrubar a União Soviética. Talvez haja outra união que precise de ser domesticada. Para os eurodeputados das duas principais famílias políticas não há dúvidas: o homem que Donald Trump quer colocar em Bruxelas como seu embaixador “é hostil e mal-intencionado”

O Público diz que François Hollande pode ser o próximo presidente do Conselho Europeu. É pelo menos o que revela uma fonte diplomática contactada pelo jornal. Diz o Público que, “por mais inesperado que pareça, François Hollande, arrisca-se a ser o mais forte candidato à substituição de Donald Tusk à frente do Conselho Europeu”. A questão vai ser debatida hoje, em La Valetta, na cimeira informal de líderes europeus. A escolha de um ex-Presidente de um grande país da União é vista como um sinal positivo em Berlim e em outras capitais europeias. A possibilidade do socialista Hollande ser candidato à sucessão do conservador Donald Tusk já tinha sido discretamente abordada pela imprensa francesa. Hoje volta a ser assunto em cima da mesa na contagem decrescente para o fim do mandato de Tusk que sai do Conselho Europeu a 31 de Maio.

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