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​Governo afasta revisão do acordo ortográfico

07 fev, 2017 - 21:00

Ministro Augusto Santos Silva sublinha que "nada está isento nem de crítica nem de possibilidade de melhoria".

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​Governo afasta revisão do acordo ortográfico

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afasta a possibilidade de uma revisão do acordo ortográfico, referindo que está em vigor em Portugal e ainda falta ser aplicado pelos países onde a ratificação ainda está em curso.

"O momento em que estamos do processo de implementação do acordo ortográfico é este momento: para países como Portugal, Brasil e outros, está em vigor; noutros países que o aprovaram, o processo de ratificação ainda está em curso", disse esta terça-feira Augusto Santos Silva, à margem da apresentação da plataforma "Português Mais Perto".

O chefe da diplomacia portuguesa referia-se a Angola e Moçambique, que ainda não ratificaram o acordo ortográfico, em vigor em Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

"A nossa posição é que devemos aguardar serenamente para que o processo de ratificação seja concluído para que o acordo possa entrar em vigor em todos os países que o assinaram e o aprovaram", afirmou o ministro, quando questionado sobre a revisão do acordo ortográfico de 1990 (AO90), proposta pela Academia de Ciências de Lisboa (ACL).

Interrogado se o Governo aceitará as "sugestões de aperfeiçoamento" do acordo, Santos Silva respondeu: "Não tenho mais nada a dizer".

"O acordo ortográfico está em vigor em Portugal, é um acordo internacional que obriga o Estado português", referiu o ministro, acrescentando que "evidentemente que nada está isento nem de crítica nem de possibilidade de melhoria".

A Academia de Ciências de Lisboa aprovou um documento com "Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa" de 1990, propondo o regresso de consoantes mudas, do acento gráfico, em alguns vocábulos, do circunflexo, noutros, assim como do hífen.

Comentários
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  • Maria da Luz Mendes
    26 abr, 2017 09:55
    A Língua é nossa, a História é nossa, A CULTURA DEVERIA SER NOSSA. Assim, como somo um povo submisso aguardamos que os Paises que por acaso nem falam o português, ditem as regras, Eu quero chorar Sr. Ministro.
  • Alexandre Carvalho
    25 mar, 2017 Vila Nova de Gaia 12:03
    O Sr. Ministro Santos Silva tem uma folha de alface numa gaiola e está, há largos meses, à espera que dita folha cante. Sr, Ministro... a folha de alface não é um grilo. Será bom lembrar ao Sr. Ministro que a convenção ortográfica de 1945 está legislada no Decreto-Lei 35228 de 08/12/1945 (convenção que o Brasil nunca adoptou, como é aliás costume)e nunca tendo esse Dec-Lei sido alterado ou revogado por nenhuma Lei ou Decreto-Lei subsequente, está o mesmo em vigor. Portanto o Sr. Ministro não percebe nada de leis e de como está montado o sistema legislativo português. Bem sei que quem defende o AO90 é quem mal sabe escrever e que, pelo caos ortográfico que o Acordo Ortográfico está a criar, dá muito jeito a sua continuidade a todos os que dão dois erros em cada palavra que escrevem. O Sr. Ministro que dê uma olhadela pelo Diário da República e verá escrito "fatos" em vez de "factos"; "contatos" em vez de "contactos"; "ténico" em vez de "técnico" e até "corrução" em vez de "corrupção" já apareceu escrito nas legendas dum canal televisivo. Se a isto ele chama "normalidade" talvez esteja a precisar de ler urgentemente uma gramática.
  • Vera
    09 fev, 2017 Palmela 14:10
    Sr. Ministro Santos Silva, sendo o Sr., ministro dos negócios estrangeiros, está a ser empurrado para resolver um problema, que também o Sr. não concorda! certo? Não pode concordar, que a língua de Camões se extinga, pois não? como é que pessoas de hábitos diferentes, que chamam a certas coisas, por outros nomes, podem ter um acordo de escrita igual? não podem! eles nem sequer vendem Online para o nosso país, porque têm dificuldade de perceber o que nós dizemos! Por acaso sabe o que quer dizer massa corrida? ou água sanitária? a 1ª para nós, é argamassa! a segunda para nós, é lixívia! vê Sr. Santos Silva, não dá! vá ao youtube e veja como eles falam diferente de nós e até mesmo o sentido das frases escritas, é diferente! empregam os tempos dos verbos, no gerúndio: ' eu falo baixo' - 'eu estou falando baixinho'; 'eu vou...' - 'eu estou indo...' Como é que podemos ter uma escrita correcta assim? E um africano a falar com um brasileiro, ainda é pior! por isso é que os africanos, nem se preocupam com esse acordo, fazem muito bem!
  • Mário Rodrigues
    08 fev, 2017 Leiria 21:47
    Augusto SS dixit! Não digo "Salve, Caesar dictator!" porque já exterminaram a cultura clássica em Portugal! Digo "Heil Augusto"!...
  • ADISAN
    08 fev, 2017 Mealhada 12:55
    Só há uma coisa a fazer. Mostrar o cartão vermelho, não só ao AO, mas também a este ministro e a este Governo. Não queremos mais ditadura... e tudo o que é imposto como o foi o AO é produto de ditadores.
  • Não ao AO!
    08 fev, 2017 Lx 11:57
    Devemos mobilizar-nos contra o AO e tomar acções efectivas como deixar de comprar qualquer livro, jornal ou revista escrita com erros (Acordo) ortográficos, também evitar visitar os websites escritos com o AO. Mobilizemos-nos Contra esta aberração e destruição da Lingua Portuguesa!
  • Maria Manuela Nunes
    08 fev, 2017 Queluz 09:57
    Este Acordo padece de muitos erros.Por exemplo, quando vou ao cinema sou uma espetadora. Será que tenho que espetar o vizinho do lado? E não me conformo por sermos o único país do mundo a escrever Egito!
  • António Figueiredo
    08 fev, 2017 Lisboa 09:35
    É natural que o governo afaste a possibilidade de revisão dessa "coisa": a generalidade dos pulhíticos portugueses fala mal e escreve pior pelo que é do interesse deles que se mantenha essa bizarria que até prevê diferentes formas para diferentes países signatários (o que significa perversão do significado da palavra 'acordo'). Assim, qualquer que seja a calinada que lhes saia pela boca, sempre argumentarão que estavam a exprimir-se em brasileirês, angolês ou outra qualquer...
  • António
    08 fev, 2017 Portugal 09:15
    mais um ministro que fez parte do governo da bancarrota.
  • Paulo Almeida
    08 fev, 2017 Lisboa 04:22
    Portugal tem muita literatura para sustentar a forma escrita nos paises de expressão Portuguesa. Não precisa de acordos, nem procurar as suas raízes fora. Isso é perder a identidade. O nivelamento deve ser feito a partir da origem e não na mistura de influências. Fazer-se de dentro para fora. Nos pontos geográficos onde há interesses Portugueses.

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