14 jan, 2017 - 01:09
A investigação ao caso das agressões dos filhos gémeos do diplomata iraquiano a um jovem de Ponte de Sor vai prosseguir, apesar do acordo extrajudicial anunciado entre as partes, diz a Procuradoria-Geral da República (PGR).
"O Ministério Público não se pronuncia sobre acordos extrajudiciais. O inquérito corre os seus termos, estando em curso a apreciação da documentação recebida do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a 6 de Janeiro", explica a PGR, numa resposta escrita enviada à Renascença.
A família de Rúben Cavaco, o jovem agredido em Ponte de Sor, distrito de Portalegre, e o embaixador do Iraque em Lisboa, chegaram esta sexta-feira a um acordo extrajudicial no caso que envolve os filhos gémeos do diplomata.
Em declarações à Renascença, Santana Maia Leonardo, advogado da família de Rúben Cavaco, considera que “foi feita justiça”.
O advogado não revela o valor da indemnização acordada, mas considera que é justo e generoso.
Santana Maia Leonardo espera que o Governo português não tome medidas duras contra o embaixador iraquiano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, diz que terá em conta o acordo extrajudicial entre a família do jovem agredido em Ponte de Sor e o embaixador iraquiano quando decidir sobre este processo, que prossegue a nível penal.
O caso remonta à noite de 17 de Agosto, quando o jovem Rúben Cavaco foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
A vítima sofreu múltiplas fracturas, tendo sido transferido no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo chegado a estar em coma induzido.
O jovem acabou por ter alta hospitalar no início de Setembro.
Os dois rapazes suspeitos da agressão são filhos do embaixador iraquiano em Portugal, Saad Mohammed Ali, e têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena.