05 jan, 2017 - 12:55 • Ecclesia
O Papa recebeu esta quinta-feira um grupo de habitantes das áreas atingidas pelos terramotos do centro da Itália, em Agosto e Novembro de 2016, causando a morte de mais de 300 pessoas.
Francisco disse que é preciso sujar as “mãos” “reconstruir os corações, ainda antes das casas”, reconstruir o “tecido social e humano”.
Citando testemunhos ouvidos antes da sua intervenção, na sala Paulo VI, admitiu que a “dor é grande” para as pessoas que perderam entes queridos. “Os corações estão feridos, mas há uma palavra que ouvimos hoje, reconstruir os corações”, precisou, deixando uma mensagem de “esperança”.
Francisco convidou todos a evitar “palavras vazias, notícias que não respeitam, que não têm ternura diante da dor”.
Depois de ouvir vários testemunhos, o Papa disse “quis tomar as vossas palavras e fazê-las minhas. Porque na vossa situação, o pior que se pode fazer é dar um sermão”.
No meio do sofrimento, prosseguiu, houve “milagres”, “reconciliações”, num tempo de reencontros. “A vizinhança faz-nos mais humanos”, defendeu.
O Papa falou de cicatrizes que “vão ficar para toda a vida e serão a memória deste momento de dor”, mesmo para que teve a “sorte de ter saído com vida”.
Francisco mostrou-se “orgulhoso” dos párocos que permaneceram nos locais atingidos, “pastores que não fogem quando vêem o lobo”, e desafiou os sobreviventes a “ter a coragem de sonhar mais uma vez”.
“Obrigado por terem vindo, hoje e nalgumas audiências destes meses. Obrigado por tudo o que fizeram”, concluiu.
O Papa Francisco visitou no último dia 4 de Outubro a localidade de Amatrice, uma das zonas afectadas pelo sismo no centro de Itália, para encontrar-se com as vítimas e as suas famílias.
“Quando soube do que aconteceu, naquela manhã, assim que acordei encontrei uma nota na qual se falava dos dois abalos, senti duas coisas: tenho de ir lá; depois, senti dor, muita dor, e com essa dor fui celebrar a Missa naquele dia”, recordou hoje.
O bispo Domenico Pompili anunciou esta semana que Francisco vai baptizar no Vaticano oito crianças nascidas em Amatrice e Accumoli após o terramoto de 24 de Agosto.