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Sarmento salta Rio e lança Mendes e Santana para a sucessão de Passos

30 nov, 2016 - 02:01 • José Pedro Frazão

O social-democrata Nuno Morais Sarmento diz-se disponível para "trabalhar" numa eventual mudança de estratégia e de liderança do PSD, se o partido chegar a "uma situação de dificuldade". Garante que não vai ficar à espera de apoios para nada e detecta dois candidatos de "primeira liga" no partido.

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Sarmento salta Rio e lança Mendes e Santana para a sucessão de Passos

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O social-democrata Nuno Morais Sarmento nega ter manifestado em privado um apoio a uma possível candidatura de Rui Rio - " já vamos em momentos de delírio", diz - e distancia-se mesmo da argumentação do antigo autarca do Porto.

" Não conheço essa figura do 'apoio em privado'. Ou se apoia ou não se apoia. E, principalmente, não percebo o que é que se apoiava. Rio veio dizer que se o PSD não conseguir inverter esta situação, estará disponível. Está a dizer que espera que o PSD seja capaz de mudar e sair da situação difícil em que se encontra. Eu acho que é muito difícil. E acho que, com grande probabilidade, as coisas não se vão resolver nos calendários normais da realidade partidária - PSD/Congressos - ou nacional - Governo/Legislativas", afirma Nuno Morais Sarmento no programa Falar Claro da Renascença.

Questionado sobre se está disponível para protagonizar uma candidatura à liderança do partido, Nuno Morais Sarmento não exclui a possibilidade, mas também não a afirma.

"Acho um bocadinho curto que se resuma a participação - acho até um exercício de arrogância - aqueles que digam que estão disponíveis para se candidatarem à liderança. Eu estou disponível para trabalhar", responde Sarmento, repetindo um verbo que escolheu para contornar a pergunta, trocada por uma interrogação da lavra do próprio social-democrata.

"Se estou disponível para participar no trabalho que seja necessário fazer, se chegarmos a uma situação de dificuldade em que se justifica inflectir estratégias e eventualmente mudar de liderança? É evidente que estou disponível, como sempre estive, para trabalhar nesse momento", insiste o antigo ministro, que esta semana debateu a actualidade política com Eurico Brilhante Dias.

O socialista ensaiou uma bicada no campo social-democrata e Sarmento respondeu de pronto, usando a terceira pessoa do singular

"Se estou à espera do apoio de Rio? Não, o doutor Morais Sarmento não costuma esperar por apoios quando se decide a qualquer coisa. Avança e depois logo se vê", ripostou no programa Falar Claro da Renascença.

Questionado sobre a possibilidade de "trabalhar" para uma liderança de Rui Rio, Morais Sarmento lançou duas cartas fortes para jogo, entre indirectas sobre possíveis candidatos à sucessão de Passos Coelho.

"Não sei se será Rui Rio. Tenham atenção a Marques Mendes e a Pedro Santana Lopes. Em vez de olharem para o 'campeonato regional', olhem para a 'primeira liga'. E na 'primeira liga' têm - e valerá a pena perceber a posição desses - Pedro Santana Lopes, que já começou a olhar para o tema, e Marques Mendes, que será 'coagido' por alguém a olhar para o tema, que para ele ficou mal resolvido em anos passados", declarou Morais Sarmento.

Passos Coelho nas pisadas de António José Seguro

E o actual líder do PSD e antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, está esgotado? Morais Sarmento contorna o adjectivo, mas segue na mesma linha de análise.

"Passos Coelho colocou-se conscientemente nesta posição que não lhe permite nem avanço nem recuo. Limitar-se-á a repetir de diferentes formas a leitura que tem da inviabilidade total deste Governo", analisa Sarmento na Renascença.

E na presença de um antigo apoiante de António José Seguro no PS, o social-democrata trouxe o ex-secretário-geral socialista ao debate sobre a situação interna do partido liderado por Pedro Passos Coelho.

"O PSD colocou-se numa posição um bocadinho parecida com aquela em que António José Seguro se colocou em relação ao Governo anterior. Cortou as amarras todas. E disse que, com estes senhores, não há entendimento, não há 'ponte', não há 'solução' possível e só eleições poderão resolver isto. Quem se coloca numa posição tão extrema, tem o problema de no dia seguinte a única coisa que tem a dizer é aquilo que disse", insiste Morais Sarmento.

Resumindo, se não houver uma "alteração da posição" do PSD, dificilmente Passos fica na liderança. "Mais três anos disto é uma realidade impossível", remata o antigo ministro da Presidência.

As batalhas dos próximos orçamentos

Do lado do PS, Brilhante Dias coloca a dúvida sobre a sustentabilidade dos apoios dos partidos de esquerda ao Governo, em particular para fazer passar o Orçamento de Estado de 2018.

"E quem sabe o Orçamento de 2019", admite o deputado do PS. "Não sei se haverá problemas, mas à medida que vamos esgotando o conteúdo dos chamados acordos com horizonte de legislatura que foram celebrados entre o PS e os demais partidos, é normal que outras questões possam emergir", complementa o antigo membro da direcção de António José Seguro.

Comentários
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  • Quem?
    01 dez, 2016 lis 12:24
    O bruxinho de Fafe?...Sabe tudo pela intrigalhada!
  • Alberto Ferreira
    01 dez, 2016 PORTO 00:26
    Pena que não se submeta a votos. Veríamos a sua aceitação dentro do partido. Os de fora não contam, como alguns comentadores, mais ou menos aparvalhados, ou, parvalhotes. Diria mais, idiotas.
  • duvidoso
    30 nov, 2016 Santarém 22:50
    Se bem me recordo quando LMM esteve à frente do partido parecia tímido e sem soluções para nada, quanto a Santana Lopes mais tipo socialista, muita conversa mas esta com menos matreirice do que estes, Rui Rio também me deixa algumas dúvidas embora me pareça ser pessoa séria mas isso parece já ter pouco valor na sociedade portuguesa, quanto mais matreiro melhor!
  • MFerrao
    30 nov, 2016 Lx 20:51
    Este desgraçado não passa de um ex pugilista reformado!? Um carreirista que viveu à boleia do cartão no bolso!
  • fanã
    30 nov, 2016 aveiro 16:54
    M. Sarnento, um copypass de P. Kuelho !!!!!!!
  • Martins
    30 nov, 2016 LX 16:25
    Rui Rio? Nem como presidente da câmara. Deixem a pessoa sossegada. O país já tem inúteis que chegem.
  • nicolau
    30 nov, 2016 15:50
    mas quem se apresenta ha assusscao de passo coelho os da primeira liga ou os da terceira e quarta liga
  • Luis
    30 nov, 2016 petinga@netcabo.pt 13:24
    Santana, Sarmento, Rio, Montenegro, Marilu e Marques Mendes já estão na corrida para substituir o Emplastro. Cada um deles vai falando nos outros mas tudo não passa de conversa da treta. Ainda é cedo para que qualquer um dê o primeiro passo. Limitam-se apenas a marcar terreno. Todos sabem que quem agarrar o partido vai ser o próximo 1º Ministro. Entre todos que venha o diabo e que escolha. Mas para substituir o Emplastro qualquer um serve, até o porteiro.
  • PJSF
    30 nov, 2016 Guarda 11:32
    Nao compreendo como é que figuras que já deram mostras de falta de competência (Santana) e falta de eficácia e efetividade (Marques Mendes), se podem sequer comparar à figura política de Rui Rio ! Das duas, uma: ou Morais Sarmento está a deitar poeira para os olhos de toda a gente (estratégia), ou é tao incompetente quanto os outros 2 que agora tenta ressuscitar (creio que será mais a segunda...); como já outra comentadora escreveu, apenas sairia de casa para votar Rui Rio, com outro qualquer nem me daria a esse esforço; a nao ser que se candidatasse a "inteligentíssima" Maria Luis, aí até o vómito me sairia disparado...
  • Filipe Vaz
    30 nov, 2016 Lisboa 10:00
    Morais Sarmento junte-se a Marques Mendes e Santana - e vão reservando um lugar na Santa Casa, ou num canal de televisão e comentem Rui Rio a ganhar o PSD e a ganhar o país. Rui Rio é sangue novo, é sério, é o que Portugal precisa. Ou será que estão os três comentadores com medo de perderem os lugares? Isto é o país da pouca-vergonha com comentadores destes que só olham aos seus próprios umbigos.

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