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revista de imprensa

UE-EUA em busca do equilíbrio

10 nov, 2016 - 12:28

Nesta quinta-feira, ainda a ressaca da vitória de Donald Trump e as implicações do lado de cá do Atlântico. Que novos equilíbrios serão encontrados?

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Revista de Imprensa de temas europeus (10/11/2016)

O primeiro sublinhado vai para um artigo de Álvaro de Vasconcelos nas páginas do jornal Público. O antigo director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia diz que, se quisermos salvar a União Europeia dos efeitos do populismo de Trump - a começar pela França - então teremos de aceitar a necessidade de reformas profundas, tornando os sistemas democráticos mais participativos, mais políticos e menos dependentes da ditadura dos mercados financeiros.

Na BBC, a vitória de Donald Trump é vista por boa parte dos analistas como mais um problema a somar a tantos outros para a União Europeia. O bloco corre o risco de perder um aliado comercial e militar e de ver ainda mais fortalecidos os movimentos populistas e nacionalistas que contribuíram para a decisão da Grã-Bretanha de abandonar o projecto europeu.

A campanha de Trump derrubou todas as barreiras do politicamente correcto: o agora presidente eleito proferiu declarações homofóbicas, apostou no discurso anti-imigração, fez considerações indecorosas sobre as mulheres e chegou até a insultar os cidadãos deficientes. No entanto, Sebastian Santander, um investigador da Universidade de Liège, lembra que alguns partidos europeus (desde logo a Frente Nacional francesa) poderão aproveitar a embalagem. Sob uma lógica simples: se funcionou para eles, porque não há-de funcionar para nós?

No portal Euractiv, “Vitória de Trump poderia significar o fim do TTIP”, o acordo bilateral de comércio e investimento entre a União Europeia e os Estados Unidos. O republicano adoptou durante toda a campanha um discurso altamente proteccionista, o que - segundo vários analistas europeus - pode minar as perspectivas de um acordo transatlântico de livre comércio. O TTIP está a ser negociado há três anos, e deveria entrar em vigor até ao final do mandato de Barack Obama. Mas é certo que isso não vai acontecer. Além disso, durante a campanha presidencial, Donald Trump prometeu rever todos os acordos comerciais dos Estados Unidos. Do lado alemão, o presidente do organismo correspondente à Ordem dos Engenheiros diz esperar que as palavras de Trump não passem de mera retórica. Porque se assim for, a Europa vai sofrer.

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