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Papa na Suécia para encontro histórico com luteranos

31 out, 2016 - 11:09 • Aura Miguel na Suécia, com Filipe d'Avillez

Depois de séculos de frieza, as relações entre católicos e luteranos reataram em meados do século XX. Esta visita do Papa marca uma nova etapa nesta caminhada.

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O Papa Francisco já chegou à Suécia, onde vai decorrer um encontro histórico com a comunidade luterana.

O avião aterrou no aeroporto de Malmo por volta das 10h, hora de Lisboa, onde Francisco foi recebido pelo primeiro-ministro Stefan Löfven. Depois de uma cerimónia de boas-vindas, o Papa segue para uma visita de cortesia à Família Real.

Os eventos de natureza ecuménica, que são a verdadeira razão da visita do Papa, iniciam depois do almoço, às 13h30, hora de Lisboa, na catedral luterana de Lund. Lá, Francisco junta-se a representantes luteranos e católicos para uma oração conjunta.

Entretanto terá começado às 12h30 um outro evento ecuménico na Malmö Arena, ao qual Francisco se juntará às 15h30, acompanhado do bispo Munib Younan, da Igreja Luterana da Jordânia e da Terra Santa e o reverendo Martin Junge, que são respectivamente presidente e secretário-geral da Federação Luterana Mundial, que representa mais de 70 milhões de luteranos em todo o mundo.

Mil anos de história marcada por conflitos entre católicos e luteranos
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O programa segue na terça-feira com missa para a comunidade católica da Suécia do estádio Swedbank, às 8h30. A partida de regresso a Roma está prevista para as 11h45.

A Suécia é um país de esmagadora maioria luterana, mas tem uma pequena minoria católica, que nos últimos anos têm aumentado significativamente por causa da imigração, incluindo muitos católicos do Médio Oriente que se estabeleceram nos arredores de Estocolmo.

A Igreja Luterana segue a reforma protagonizada por Martinho Lutero. A data deste encontro prende-se precisamente com os 500 anos do dia em que Lutero publicou as suas 99 teses, contestando alguns ensinamentos da Igreja Católica.

Durante séculos as relações entre as duas igrejas foram difíceis ou mesmo inexistentes, mas desde meados do século XX que existe diálogo ecuménico. Este encontro marca, porém, uma nova etapa nesta caminhada, expressa no título da comemoração, que é “Do conflito à comunhão, juntos na esperança”.

A participação do Papa neste encontro tem sido polémica mesmo no seio da Igreja, com muitos católicos de orientação mais tradicionalista a contestar que Francisco se associe a uma celebração de alguém como Lutero.

A Renascença com o Papa Francisco na Suécia. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

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