28 out, 2016 - 21:59
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O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, diz que “só agora” teve conhecimento do caso de um adjunto do secretário de Estado do Desporto e Juventude que terá declarado duas licenciaturas falsas.
O gabinete de Tiago Brandão Rodrigues diz, em comunicado, que “o ministro da Educação desmente que tenha tido conhecimento de que havia uma incorrecção no despacho de nomeação assinado pelo antigo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João [Wengorovius] Meneses, relativamente ao seu chefe do gabinete”, Nuno Félix.
“A referida incorrecção relativa ao percurso académico de Nuno Félix só agora chega ao conhecimento do ministro da Educação, num momento em que a mesma já estava conforme”, sublinha.
De acordo com a tutela, “o despacho de nomeação assinado pelo actual secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, refere ‘a frequência’ de duas licenciaturas” e não a sua conclusão.
O Ministério da Educação refere que o ex-secretário de Estado João Wengorovius Meneses “não saiu devido a questões relacionadas com o seu chefe do gabinete, inclusivamente a incorrecção do seu despacho de nomeação”.
“A constituição das equipas é da exclusiva responsabilidade de quem tem a sua tutela directa”, frisa o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues.
De acordo com o jornal “Observador”, Nuno Félix declarou, "para efeitos de despacho de nomeação", que tinha uma licenciatura em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e outra em Direito, pela Universidade Autónoma, tendo ambas as instituições desmentido que o chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto as tivesse concluído.
Ao “Observador”, Wengorovius Meneses, que teve Nuno Félix como chefe de gabinete enquanto exerceu funções de secretário de Estado, afirmou que o facto de ter tomado conhecimento de que o despacho de nomeação especificava uma formação académica que o seu assessor não tinha concluído, foi uma das razões que motivou o seu pedido de demissão.
Isto depois de ter comunicado ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, a intenção de exonerar Nuno Félix, e de o ministro ter decidido manter o chefe de gabinete no cargo, contra a vontade do então secretário de Estado.
Ao “Observador”, o ex-secretário de Estado afirmou que Nuno Félix lhe foi sugerido por Brandão Rodrigues.
Na sequência da demissão de Wengorovius Meneses, e substituição por João Paulo Rebelo, o novo despacho de nomeação referia apenas a frequência dos dois cursos, algo confirmado pelas duas universidades.
Já esta semana, o primeiro-ministro António Costa aceitou o pedido de demissão do seu adjunto para os Assuntos Regionais, Rui Roque, também por declarar, para efeitos de despacho de nomeação, uma licenciatura que não detinha, um caso também avançado pelo jornal Observador.