25 out, 2016 - 11:28
O assunto está também em destaque na imprensa portuguesa. No jornal “i”, Valónia não arreda pé e mantém-se no caminho da ratificação do acordo com o Canadá. São sete anos de negociações entre a União Europeia e o Governo canadiano. O “i” sublinha este dado que, parecendo coisa pouca, é suficiente para bloquear todo o processo. Vale a pena lembrar que o chamado acordo CETA está preso pela rejeição do parlamento da Valónia, uma região onde vivem pouco mais de três milhões e meio de pessoas.
Outros jornais, assuntos distintos. O “Público” sublinha os avisos da UTAO sobre as medidas do Orçamento para o próximo ano que podem não satisfazer Bruxelas. De acordo com o jornal, as autoridades europeias pedem medidas de consolidação equivalentes a um por cento da riqueza nacional. No entanto, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental avisa: as medidas inscritas no Orçamento do Estado não vão além dos 0,34%. E, por isso, os técnicos do Parlamento antecipam uma aprovação difícil do Orçamento português em Bruxelas.
Espaço também para a opinião com Stephen Green a assinar um artigo de opinião no portal “The Globalist”. Ele compara a União Europeia, um projecto que tem sido desenhado ao longo das últimas seis décadas, a uma grande catedral da Europa na Idade Média. Aqueles que lançaram as fundações sabiam que não teriam tempo útil de vida até que o projecto estivesse finalmente concluído. Até que ponto pode a União Europeia ser um projecto flexível? Pode a catedral cair? E se cair, o que será dos seus fundadores?, pergunta Stephen Green neste artigo.
Finalmente, no “Diário de Notícias”, os sublinhados de um artigo de opinião de Jaime Nogueira Pinto. Para este historiador, a União Europeia pós-Brexit corre o risco de se transformar de se dividir em questões que dizem mais respeito à agenda interna dos Estados-membros. Refugiados e futuro da moeda única são, desde logo, dois desafios centrais para o projecto europeu. Jaime Nogueira Pinto coloca depois o foco sobre o crescimento económico, um fraco crescimento económico, uma hegemonia alemã mais resignada do que desejada e submetida à resistência crescente de forças nacionalistas de direita ou populistas de esquerda. Somados todos estes factores, Jaime Nogueira Pinto conclui: a União Europeia nunca esteve tão mal.