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Educação Física volta a contar para entrar na faculdade

24 out, 2016 - 07:19

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Educação. São abrangidos os alunos que entrarem no 10.º ano no próximo ano lectivo.

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A nota de Educação Física vai contar, a partir do ano lectivo de 2017/18, para a média no acesso ao ensino superior.

O secretário de Estado da Educação, João Costa, fez o anúncio da medida numa intervenção feita no simpósio “Aprender no século XXI”, que decorreu em Lisboa.

João Costa anunciou ainda que os currículos do ensino básico e secundário irão ser trabalhados no sentido de definir as competências essenciais por disciplina e por ano, com o objectivo de melhor orientar o trabalho de professores, alunos e famílias, anuncia o Conselho Nacional de Associações de Professores e Profissionais de Educação Física.

A nota de Educação Física deixou de contar para a média no ano lectivo 2012/13 para os alunos que iniciassem o 10.º ano e, em 2014/15, deixou de contar para todos os alunos que concluíram o secundário. Actualmente, a nota é tida em conta apenas para a média dos alunos que se candidatam a cursos superiores na aérea de desporto.

A partir do próximo ano lectivo, os alunos que entrem no 10.º ano passarão a ter a nota a contar para o acesso ao ensino superior. Já um aluno que, no corrente ano, esteja no 11º ano, termina o secundário sem que nota de Educação Física interfira na média final.

Mas há mais novidades. No simpósio do fim-de-semana, ficou-se a saber ainda que vai haver mexidas no currículo do ensino básico e secundário, com uma intervenção específica logo no primeiro ciclo, nos primeiros quatro anos de ensino para que a educação física tenha um currículo real, como reclamam os professores.

Num esclarecimento à Renascença, o Ministério da Educação confirma que, num “quadro mais amplo de trabalho em curso com as associações de professores sobre a gestão do currículo, estão a criar-se condições para a valorização da disciplina de Educação Física”.

“Isto assenta num princípio de valorização de todas as áreas do currículo, mas também no desenvolvimento de uma reflexão profunda com o sector, que permita sanar as questões associadas à avaliação nesta disciplina. Depois desta ampla discussão sobre a gestão do currículo no seu todo, qualquer alteração que eventualmente se possa produzir só terá efeito – para os alunos que entrarem no décimo ano – após a publicação da legislação relevante”, prossegue.

As associações de professores de Educação Física estão a trabalhar com a Direcção-Geral de Educação para recuperar a carga horária perdida no tempo do ministro Nuno Crato (governo PSD/CDS). Os professores apontam a Dinamarca como exemplo: os alunos têm educação física todos os dias, na sequência da recente reforma curricular.

Comentários
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  • Mauro Pascoa
    12 jan, 2017 Valinhos SP - Brasil 21:32
    Olá, fiquei ao mesmo tempo: orgulhoso e me senti humilhado diante desta matéria e de nossa realidade política no País! Gostaria de saber se é possível a íntegra do Currículo Nacional de Educação Física em Portugal e quais as diretrizes que regem a Educação Básica no País. Atualmente sou estudante de Doutorado em Pediatria na UNICAMP. Estou em período de afastamento do serviço público estadual: Professor de Educação Física, e tenho vários projetos de trabalho na área de Educação Física. Fico à disposição. At.te...
  • Jesus Cristo laico
    19 nov, 2016 Fátima livre 22:24
    Não tardará contarão para acesso ao ensino superior as notas da disciplina de catequese, da disciplina de tiro ao alvo com fisga, da disciplina de equitação asinina, da disciplina de serventia de pedreiro, etc.
  • Jesus Cristo laico
    19 nov, 2016 Fátima livre 20:57
    E será que a seguir serão as notas da disciplina de religião e moral que também contarão para acesso ao ensino superior??!! As aulas de educação física devem ser obrigatórias e só isso, salvo por justificação médica, e jamais devem contar para a média de acesso ao ensino superior salvo se a disciplina for nuclear como para a admissão às academias militares!
  • 25 out, 2016 lisboa 15:43
    A partir de agora novamente os colégios irão dar notas a educação física e desporto de forma a não prejudicar a media de acesso á universidade. Força para provas de acesso ás universidades a contar 100% como acontece na maioria dos países Europeus.
  • Joaquim Neves
    25 out, 2016 Almada 15:27
    Acredito que haja discrepâncias significativas na avaliação da Educação Física de escola para e escola e entre professores na mesma escola. Seria desonesto dizer que isto não acontece. Contudo, é desonesto, não admitir que este é um problema de todas as disciplinas. Na educação física o facto está por comprovar! Nas restantes disciplinas a discrepância entre as notas de frequência e a notas de exame é reveladora de uma evidência que só a cegueira intelectual não permite ver. É verdade que o aluno que pratica desporto fora da escola pode usufruir de alguma vantagem na avaliação na disciplina, mas nem sempre é assim. Nalguns casos pode ter um efeito contrário! Variedade psicomotora na Educação Física é diferente da produção de esforços e técnicas especificas de um qualquer desporto. É evidente que a vivência fora da escola condiciona o desempenho escolar. É muito redutor limitar o problema às actividades físicas. Há crianças que antes de nascer já estão condenadas ao insucesso escolar. Quem teve turmas PIEF sabe do que fala! Contrariamente ao que alguém, de forma demagógica, quer insinuar os alunos com qualquer limitação física têm direito a um plano especial de avaliação. Sendo diferentes são avaliados de forma diferente! E que dizer dos pais obcecados com a entrada para a Universidade que gastam pequenas fortunas nos "melhores colégios" ou que se servem das explicações como carga adicional de estudo? E que dizer dos jovens inteligentes que não dispõem de qualquer apoio?
  • Marta Ramos
    25 out, 2016 lisboa 15:25
    Os conteúdos de Educação física e Desporto estão definidos e existem programas para cada ano e metas que cada aluno deve atingir em função do peso e medida de cada aluno. O grande problema reside na aplicação dos critérios que estão definidos. Cada professor aplica-os mediante a sua interpretação. A avaliação é completamente subjetiva porque, verificar se um aluno joga bem ou mal ou se é filho de um professor colega, ou se é muito bom aluno nas outras disciplinas e vamos dar o beneficio da duvida. Aqui a questão principal é que independentemente de haver programa e criterios de avaliação definidos a sua aplicação é do mais subjetivo que pode existir. Havendo uma aplicação subjectiva e com falta de equidade deixa de haver justiça.
  • 25 out, 2016 13:28
    Reduzir a Educação Física aos aspetos "motores" e "estéticos" é revelar ignorância. Dizer que é uma discuplina onde os critérios de avaliação as competências e os conteúdos programáticos não são elaborados é ignorância e falta de respeito pelos seus profissionais. E já agora.....Educação Física não é Desporto.
  • Albano
    25 out, 2016 lisboa 13:07
    A educação física é uma disciplina em que a subjetividade da avaliação é muito grande ,demos como exemplo a matemática pelo que deve existir mas não contribuir para a media final.Esta ditadura das minorias sobre os interesses das maiorias e racionalidade é bom que acabe.Cada macaco no seu galho.É evidente que esta medida vai afetar todos os alunos e progenitores e terá expressão eleitoral.
  • ML
    25 out, 2016 Porto 13:01
    Em vez de reformularmos os criterios de entrada nas universidades de uma forma seria, andamos a jogar a bola e a mandar a mesma de um lado para o outro.Faz todo o sentido incluir a mais das subjectivas/discriminatorias disciplinas quanto a criterios de avaliacao na ja absurda forma de avaliacao de apetencias e competencias.
  • Marta Ramos
    25 out, 2016 lisboa 12:42
    O melhor ou menor aspeto dos "médicos" nada tem haver com as suas competências e com o desporto. Um dos maior cientistas da nossa atualidade Steve Hawking é uma pessoa com uma doença grave degenerativa. Pela logica da educação fisica contar para entrar na Universidade um jovem com uma doença identica nunca conseguiria entrar em engenharia aeroespacial. Não devemos julgar as pessoas pelo seu aspeto mas sim pelas suas competências em cada área. Somos todos iguais e temos todos que ter as mesmas oportunidades.

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