10 out, 2016 - 11:10
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A ministra da Administração Interna disse esta segunda-feira que a manifestação dos taxistas em Lisboa "está longe de alcançar" a dimensão prevista (seis mil profissionais) e sublinhou que a "segurança dos lisboetas está garantida".
"Espero que a manifestação se desenrole de uma forma serena, como num Estado de direito democrático", comentou Constança Urbano de Sousa, em declarações à agência Lusa à margem do Seminário Internacional "Estratégias de comunicação no contexto do terrorismo", no auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Constança Urbano de Sousa sublinhou que "os taxistas têm o direito de se manifestar, mas de forma ordeira", recordando que houve negociações entre a PSP e os organizadores do protesto de forma a definir o percurso e a segurança.
Mas à passagem pelo aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, um grupo de taxistas protestou contra os motoristas da Uber estacionados na estação de serviço do local. Eduardo Cacai, da Federação Portuguesa do Táxi, disse à agência Lusa que o conflito começou quando os táxis se encontravam parados junto à rotunda do aeroporto para iniciarem a marcha até São Bento.
Segundo a mesma fonte, motoristas da Uber que se encontravam no posto de abastecimento de combustível existente naquele local começaram a "insultar e a tirar fotografias" aos taxistas. Perante a resposta dos manifestantes, os motoristas da Uber refugiaram-se na loja do posto de combustível, segundo os taxistas.
O líder da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, deslocou-se ao posto de combustível, juntamente com uma delegação da organização, tendo apelado aos taxistas mais exaltados para regressarem aos carros e continuarem o protesto, que decorre em marcha lenta até à Assembleia da República.
Uns minutos mais tarde, junto à Rotunda do Relógio, chegou a haver desacatos e confrontos entre os motoristas de táxi e agentes da PSP no local. Um grupo de taxistas saiu dos carros e bloqueou o acesso ao Aeroporto de Lisboa, registando-se confrontos com a polícia, que tentou impedir o bloqueio. Perto das 11h00, os ânimos exaltaram-se e os taxistas acabaram por atirar à polícia garrafas de água e sumos.
Os agentes responderam, afastando os manifestantes. A presença do Corpo de Intervenção foi reforçada no local, onde estão oito carrinhas da polícia. No confronto, a polícia formou uma barreira para acalmar os manifestantes.
Os organizadores prometem só arredar pé da Assembleia da República quando o executivo travar aqueles serviços, que dizem não estar abrangidos pela lei.
As plataformas Uber e Cabify permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para 'smartphones', mas estes operadores não têm de cumprir os mesmos requisitos - financeiros, de formação e de segurança - do que os táxis.
Cerca de seis mil táxis de todo o país são esperados pela organização do protesto, que começou às 7h00 com uma concentração no Parque das Nações.
[Notícia corrigida às 14h37]