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Regime de regularização de dívidas ao Estado obriga a pagar 8% à cabeça

07 out, 2016 - 07:24

Governo lançou um plano para regularização de dívidas ao Fisco e à Segurança Social.

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O Governo lançou um plano para regularização de dívidas às Finanças e à Segurança Social, mas os contribuintes vão ter de pagar 8% da sua dívida já este ano caso optem por um prazo mais longo.

Assim, quem tiver dívidas à Segurança Social até 31 de Dezembro do ano passado ou ao Fisco até 31 de Maio deste ano pode vir a beneficiar da ausência de pagamento de juros e custas judiciais.

O pagamento pode ser integral ou faseado, até 11 anos. Mas caso opte por um plano mais longo, de 150 prestações, "terá de pagar até 20 de Dezembro as primeiras 12 prestações (8% do valor), correspondendo ao pagamento relativo a este primeiro ano", adiantou à Renascença o Ministério das Finanças.

O executivo garante que este "programa especial de redução do endividamento" não é um perdão fiscal e prefere a classificação de isenção fiscal, negando que o grande objectivo seja encaixar dinheiro. O objectivo é permitir às empresas e famílias recuperar e começar o próximo ano em força.

Plano vai ajudar défice

Os contornos da medida foram explicados pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, de quinta-feira. Rocha Andrade afirmou que foi aprovado o "programa que adiantou que as empresas e famílias que tenham dívidas fiscais ou contributivas "podem optar por um regime de pagamento integral, tendo perdão dos juros e das custas associadas, ou optar por um pagamento em prestações que pode ir até 150 prestações mensais, com uma redução de juros tanto maior quanto mais curto for o plano de pagamento".

A secretária de Estado Cláudia Joaquim, por seu lado, acrescentou que, no caso da Segurança Social, o objectivo é "possibilitar às entidades empregadores que regularizem essa dívida através de um pagamento na totalidade com perdão de juros ou através de um plano prestacional que pode implicar um esforço inicial mais significativo, mas que permite depois complementar o resto da divida".

Para o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro o plano é parecido com outros do passado. Este perdão “não é para integrar as pessoas e permitir-lhes pagar, algo que não conseguem devido à excessiva pressão fiscal. Acho que é para atingir o défice deste ano, porque as contas estão claramente a derrapar, embora não seja isso que sai para o exterior”, acrescenta.

Galp não é abrangida

Na altura, o secretário de Estado foi questionado pelo CDS sobre se a Galp poderia beneficiar deste plano. A reposta de Rocha Andrade, que foi a França ver a selecção numa viagem paga pela petrolífera, afirmou que a medida se aplica a todos.

Num esclarecimento enviado à Renascença, o Ministério das Finanças esclarece que a Galp não é abrangida. O “diploma não se aplica às contribuições extraordinárias, pela sua natureza. Assim, sempre que estejam em causa dívidas referentes a estas contribuições o programa aprovado não se aplica qualquer que seja o contribuinte. As restantes dívidas, em execução activa e em execução suspensa, integram-se no programa aprovado ontem no Conselho de Ministros”.

A Galp tem um diferendo judicial com o Estado por se recusar a pagar um imposto no valor de 100 milhões de euros.

As dívidas em causa respeitam a um imposto extraordinário sobre o sector energético criado pelo Governo PSD/CDS. Foi aplicado em 2014 à Galp, à EDP e à REN. As três protestaram mas só a Galp não pagou os cerca de 100 milhões de euros em causa.

Comentários
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  • Eborense
    07 out, 2016 Évora 18:28
    Yield" a 10 anos de Portugal subiu 6,6 pontos base para 3,579%. Se eu devesse ao fisco não pagava nada. Basta esperar que o BCE deixe de comprar dívida para que no dia a seguir estarmos a pedir outro resgate e aí as dívidas fiscais serão perdoadas. Já não falta muito e por isso aguentem só mais uns mesitos
  • Eborense
    07 out, 2016 Évora 18:19
    Ó Fausto! Mas isso é também para aqueles que deixam lá todos os meses 50 % do que ganham, em impostos ou é só para aqueles que muitas vezes não pagam o que devem, mas depois vão 15 dias para Fortaleza, Havana, etc.?
  • Fausto
    07 out, 2016 Lisboa 14:50
    O país vive única e exclusivamente disto cobrança de impostos pelo que não há outra solução se dessem perdões de 50% até amealhavam mais e mais rapidamente mediante o pacto orçamental a que Portugal está sujeito muito ainda vão os portugueses serem massacrados até não dar mais e a dívida vai continuar a crescer sem parar como sempre foi o resto é politiqueiros a berrar para irem ao poder sacar a parte deles hoje uns amanhã outros...
  • Eborense
    07 out, 2016 Évora 13:43
    Quem ouvia a xuxalhada em 2013, quando o governo anterior lançou uma medida idêntica em tudo, a esta. Era o governo que não conseguia atingir o défice, era um perdão fiscal encapotado, era...era....tudo e mais alguma coisa. Agora já não é nada disso. Parece, que afinal, para os xuxas e seus camaradas da geringonça, esta medida é excelente.
  • graciano
    07 out, 2016 alemanha 11:29
    mais uma vez pergunto quem defende o povo da ladruagem politica que se instalou nesse pais --os partidos nao pagam o que devem ao estado nao pagam imi perdoam dividas aos amigos podem receber prendinhas sao financiados pelo estado os politicos comem bebem e viajam a custa do povo esse pais nao tem rei nem roque e ninguem tem coragem para travar essa exploracao do povo pelos politicos ja era tempo de o povo invadir a assembeila da republica e dizer fora daqui queremos gente honesta para governar este pais
  • Americo
    07 out, 2016 Leiria 10:46
    Vale tudo ?
  • cavacaria a 10 anos
    07 out, 2016 sul 10:06
    Sr Silva seja um cidadão exemplar e pague o IMI que devia ter pago sem multas
  • Carlos Pereira
    07 out, 2016 FALA 10:02
    Bem, já agora e ainda que mal pergunte: qual é o benefício que o cidadão PORTUGUÊS Carlos Pereira tem disso? Paga atempadamente os seus impostos e suas obrigações, não tem lucros de MILHÕES, como por exemplo a GALP, a EDP ou a JERÓNIMO MARTINS; não paga viagens a secretários de estado (SERÁ O MAL?). VOLTO A PERGUNTAR: O QUE GANHO COM ISSO. COMO DIZIA EU E UM COLEGA MEU: quando um gajo não tem dinheiro até os cães lhe mijam para as pernas.
  • Anormal
    07 out, 2016 guiné 09:58
    Excelente medida para os amigos do Governo não pagarem o que devem!!! Mais uma vez o crime compensa.
  • M. Henriques
    07 out, 2016 Milfontes 09:45
    E as dívidas do Estado ao cidadão, como é o meu caso? Tenho que continuar a aceitar as aldrabices que me são impingidas para justificarem a ausência do reembolso do meu IRS? Tenho que continuar aceitar a ausência de explicações sobre as falsas "divergências" que ninguém da AT me soube até hoje explicar?

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