20 set, 2016 - 17:07
O Papa Francisco recordou, esta terça-feira, em Assis, Itália, as vítimas da guerra e os refugiados que sofrem perante “o silêncio ensurdecedor da indiferença” da sociedade, durante uma celebração para os cristãos no âmbito de um encontro ecuménico pela paz que decorre na cidade italiana.
“Podemos ouvir a voz dos que sofrem, o grito escondido dos pequenos inocentes a quem é negada a luz deste mundo, a súplica instante dos pobres e dos mais necessitados de paz. Imploram paz as vítimas das guerras que poluem os povos de ódio e a terra de armas; imploram paz os que vivem sob a ameaça dos bombardeamentos ou são forçados a deixar a casa e emigrar para o desconhecido, despojados de tudo”, declarou o Papa durante a primeira intervenção deste encontro inter-religioso pela paz.
“Mas, frequentemente, é-lhes dado, como a Jesus, o vinagre amargo da rejeição. Quem os ouve? Quem se preocupa em responder-lhes?”, questionou Francisco.
“Deparam-se muitas vezes com o silêncio ensurdecedor da indiferença, o egoísmo de quem se sente incomodado, a frieza de quem apaga o seu grito de ajuda com mesma facilidade com que muda de canal na televisão”, criticou.
Francisco partiu do tema escolhido para o encontro, “Sede de paz”, no 30.º aniversário do primeiro evento do género, promovido pelo Papa João Paulo II.
“Também nós, discípulos do Crucificado, somos chamados a ser ‘árvores de vida’, que absorvem a poluição da indiferença e restituem ao mundo o oxigénio do amor”, apelou.
Depois de ter chegado esta manhã a Assis, onde cumprimentou responsáveis religiosos, representantes do mundo da cultura e refugiados, o Papa participou ao início da tarde na oração ecuménica que decorreu na basílica inferior de São Francisco.
Durante a celebração, foram nomeados 27 países em guerra no mundo, acendendo-se uma vela por cada um.