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Ministra quer mérito e não antiguidade nas promoções da GNR

19 set, 2016 - 23:22 • Celso Paiva Sol

Constança Urbano de Sousa diz estar pronta para enfrentar as críticas e mostra-se confiante na nova proposta de estatuto profissional da GNR.

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MAI. Todos os oficiais da GNR vão poder chegar a Comandante-geral
MAI. Todos os oficiais da GNR vão poder chegar a Comandante-geral

Todos os oficiais, sem excepção, vão poder chegar a Comandante-geral da GNR, e não apenas os que são oriundos da Academia Militar. O mérito vai passar a ser o único critério para as promoções, adianta a ministra da Administração Interna, numa entrevista à Renascença onde tira todas as dúvidas sobre os planos que tem para a Guarda Nacional Republicana.

“Dar prioridade ao mérito é criar uma cultura de meritocracia dentro da GNR”, defende a governante. “Acho que com o tempo conseguimos ter, não a pessoa mais antiga no lugar certo, mas a melhor pessoa para o lugar certo, aquela que é mais competente. Penso que ao nível das promoções esse deve ser o critério, a bitola: o mérito e não a mera antiguidade no posto”.

Esta alteração de critérios será acompanhada da criação de um rigoroso processo de avaliação interno. “Existem princípios basilares que para mim são irrenunciáveis: o mérito é o mérito. Penso que não vou ter sequer margem para poder ceder nesse aspecto”.

Outra mudança no futuro estatuto da GNR é que todos os oficiais da Guarda, e não apenas os que vieram da Academia Militar, vão poder chegar a comandante-geral.

“Não distinguimos entre oficiais com o curso de formação na academia ou outro curso, que também é de formação militar. O único requisito é terem um grau de mestre, portanto, um grau de mestre pós-Bologna ou o equivalente a uma licenciatura pré-Bologna, mas a proposta que faço parte de uma base não discriminatória”, esclarece.

Constança Urbano de Sousa diz estar pronta para enfrentar as críticas que possam surgir e mostra-se confiante de que a proposta de estatuto profissional da GNR que agora apresentou irá passar em Belém.

“Sei que é um tema difícil, que é um tema que gerará naturalmente contestação, mas estou pronta a discuti-lo.”

A proposta de estatuto profissional da GNR foi apresentada nos últimos dias ao Comando Geral da Guarda e já chegou às associações representativas dos militares.

A ministra revela ainda que, no próximo ano, vai avançar com uma nova lei orgânica para a GNR.

“Será o próximo passo. Não vai mudar radicalmente a GNR, mas terá a preocupação de a tornar mais eficiente”, afirma Constança Urbano e Sousa, para quem a actual estrutura é “grande e pesada estrutura”.

Comentários
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  • Sandra
    03 out, 2016 Montijo 13:12
    Mérito?!, por escolha dos comandantes?!! lamentável , isto é tudo menos de esquerda, isto é do mais neoliberal não há, o que faz esta pessoa no partido do PS?! ou foi nisto que o partido se tornou.
  • Aníbal
    22 set, 2016 Olhão 16:37
    Merito em vez de antiguidade. Como se conquista o mérito? Sendo bom GNR. Como ser bom GNR? Ajudando os outros? Mas isso ñ chega e necessario números. Passando mais multas? Provavelmente sim. Fazendo mais detenções? Provavelmente sim. E que faz serviço cavalaria/porta de armas/posto rádio/secretárias? Não há fórmulas perfeitas mais o que a Sra. Ministra propõe é tudo menos junta. Hoje que faz muito bom tem louvores e condecorações que mais tarde o ajudam a progredir na carreira. Mudar o quê? Penso que como está, está bem.
  • Rui
    21 set, 2016 Aveiro 19:15
    Qual o ser humano que avalia com justica e Insencao
  • José Reis
    21 set, 2016 ERICEIRA 12:14
    Esta gente não aprende nada com os erros nem entende nada do assunto, apenas ideologias. Mérito? Quem avalia o mérito de um militar (neste caso)? Um avaliador se não gosta de um avaliado, por razões diferentes de serviço, avalia sempre no modo desfavorável, praticando injustiça. Vamos lá ver se nos entendemos: Um militar (ou outro funcionário renumerado), quando não cumpre os seus deveres, tem de ser punido, o que deve ser, mas, quando um militar (ou outro funcionário também renumerado) cumpre corretamente os seus deveres, não está a fazer nada de mais, está a exercer uma atividade para a qual é renumerado, não deve ser louvado ou condecorado, para isto, teria que ir além dos seus deveres, o que raramente acontece. Será que estou errado? Valorizar a competência, é punir a incompetência, assim, os incompetentes ficam para trás e os competentes avançam. No momento da escolha, deve incidir na antiguidade, para que haja justiça.
  • Mário Guimarães
    21 set, 2016 Lisboa 00:55
    Só gente tarada ! Ainda bem que cresci com gente equilibrada e na altura isto era um País !
  • Antonio
    20 set, 2016 Lisboa 23:21
    E os Guardas e Sargentos com licenciaturas, mestrados e até doutoramentos como ficam? Esses não podem progredir na carreira? Esses são juristas, psicólogos, arquitetos, engenheiros, historiadores, etc., e prestam serviços para os oficiais progredirem, para ficarem bem vistos!
  • Kokas
    20 set, 2016 aveiro 21:10
    Parabéns senhora ministra ,só falta agora fazer uma reinstrutucao e criar quadro,porque qualquer dias tem mais oficiais que praças
  • Luis
    20 set, 2016 Portimão 20:05
    Se na avaliação do mérito forem tidos os mesmos princípios que existem para atribuição de louvores, certamente vamos ter um aumento da "bufaria e da escovice" e dificilmente chegará mais alto quem for mais competente profissionalmente.
  • José
    20 set, 2016 Lisboa 17:12
    Já estava definido que os militares do exercito iriam deixar de prestar serviço na GNR, não há aqui nenhuma novidade. A novidade é qualquer grau de mestrado ser condição suficiente para ser comandante geral, ou seja um mestre em culinária poder ser comandante geral da GNR? O curso da GMR na academia militar tem conteúdos específicos para a GNR, penso que uma força tão importante como esta deve ser comandada por alguém com formação ajustada, mas os políticos é que nos governam...
  • sm
    20 set, 2016 faro 14:55
    Ate que enfim que apareceu alguem com alguma coragem para alterar isto ja nao era sem tempo os meus parabens a ministra

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