14 set, 2016 - 07:04 • Aura Miguel
“Como seria bom que todas as religiões dissessem que matar em nome de Deus é satânico”, afirmou o Papa na homilia de uma missa que celebrou na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano, esta quarta-feira de manhã.
As palavras do Papa foram proferidas a propósito do martírio do padre Jacques Hamel, sacerdote brutalmente assassinado em Rouen, França. “Homem bom, foi assassinado como se fosse um criminoso. É o fio satânico da perseguição”, afirmou Francisco.
“Hoje há cristãos martirizados, torturados, presos e degolados porque não renegam Cristo. Nesta história, chegamos ao padre Jacques, que faz parte desta cadeia de mártires”, começou por dizer.
“Os cristãos que hoje sofrem a prisão, a tortura e a morte experimentam a crueldade da perseguição que exige a apostasia e que é satânica. Como seria bom que todas as religiões dissessem que matar em nome de Deus é satânico”, desejou então.
A celebração desta manhã foi especialmente dirigida ao assassinato do padre Jacques Hamel e contou com a presença de vários familiares do sacerdote, bem como de elementos da comunidade de Saint-Etienne-Du-Rouvray.
O ataque ocorreu no dia 26 de Julho. Dois homens armados com facas fizeram cinco reféns e uma vítima mortal: o padre Jacques Hamel.
“Que o martírio da sua vida nos ajude a avançar sem medo. Devemos rezar-lhe, pois ele é mártir e está no céu. Rezar-lhe, para que nos dê a doçura, a fraternidade e a paz. E também a coragem de dizer sempre a verdade: que matar em nome de Deus é satânico”, pediu o Papa.
Ao reconhecer que a morte do padre Hamel constitui um acto de martírio, o Papa afirma o seu estado de beato, algo que expressou claramente na sua homilia: "Ele deu a vida por nós, para não negar Jesus. É mártir e os mártires são beatos", afirmou.
[Notícia actualizada às 11h26]