07 set, 2016 - 15:47
Durante dez anos, Catarina Matos trabalhou como criativa numa agência de publicidade. Em 2013, emigrou para São Paulo, Brasil, depois de o marido ter aceitado uma proposta de trabalho. A mudança de vida despertou-lhe um sonho já antigo: o humor. Hoje, Catarina é a única humorista portuguesa na “Funniest Person in the World Competition”, organizada pelo clube de comédia norte-americano Laugh Factory.
Tudo começou numa sessão de “open mic” no Teatro Folha, em São Paulo. Pouco tempo depois, Catarina Matos tornou-se profissional de “stand up comedy” no Brasil.
Depois de enviar um vídeo, “avaliado positivamente por um júri”, Catarina passou à segunda fase da “Funniest Person in the World Competition”. A decisão será tomada pelo público. Os 88 vídeos a concurso estão no site indi.com e aqueles que gerarem maior interacção – através de “likes” e partilhas – carimbam a passagem à próxima fase.
A comediante portuguesa, que agora vive em Berlim, na Alemanha, está consciente da dificuldade em passar à terceira fase. Afinal, Portugal tem 10 milhões de habitantes, enquanto concorrentes de países como o Brasil “podem contar com o apoio de 200 milhões de pessoas”.
“Penso que é a primeira vez que um português concorre neste concurso e eu gosto muito de poder ser a pessoa que carrega esta bandeira”, diz Catarina Matos.
“Estou muito orgulhosa de levar o nome do nosso país ao resto do mundo, ainda por cima porque a nível de humor não temos muito reconhecimento internacional. É uma excelente responsabilidade.”
“Ser humorista mulher não é fácil”
Ser mulher na comédia não é fácil, diz Catarina Matos. Os estereótipos “estão muito enraizados na nossa sociedade”. E dá o exemplo da humorista norte-americana Amy Schumer, que foi convidada por um espectador a mostrar uma parte do corpo.
“O público já devia estar habituado a vê-la em palco e a actuar, mas mesmo assim continua a ser alvo de alguns tipos de machismo e sexismo. Eu tento rir-me ao máximo de algumas situações porque na verdade ‘a rir se corrigem os costumes’”, assume.
Catarina Matos quer “ter uma curva ascendente” na carreira para se sentir realizada – sonha actuar nos Estados Unidos e no Reino Unido. Apesar de ter começado em 2013, a carreira da humorista teve uma rápida ascensão. “Aconteceu tudo muito rápido e foi tudo tão bom. Aprendi e cresci muito com imensas pessoas.”