18 ago, 2016 - 07:24
“Perseguição Impiedosa”, “Os Três Dias do Condor”, “A Golpada”, “Os Homens do Presidente” e “África Minha” são alguns dos sucessos que levaram Robert Redford a tornar-se um rosto conhecido para muitos amantes do cinema.
O “fora de série” – como lhe chama o presidente da Academia Portuguesa de Cinema (APC), Paulo Trancoso – celebra esta quinta-feira 80 anos de uma vida dedicada ao cinema, que se iniciou em 1960.
Em 1965 recebeu o Globo de Ouro de melhor actor revelação, com “O Estranho Mundo de Daisy Clover”. O êxito do norte-americano não ficou pela representação. Foi como realizador que se consagrou ao receber o Óscar e o Globo de Ouro com “Gente Vulgar” (1980).
Estas foram as grandes conquistas de Redford no estrelato do cinema, mas poderiam ter sido mais. Em 1973 foi nomeado para o Óscar de melhor actor com “A Golpada”. Enquanto realizador, esteve nomeado para os Globos de Ouro em 1992, com “Duas Vidas e o Rio”, 1994 (“Quiz Show – A Verdade dos Bastidores”) e 1998 em “O Encantador de Cavalos”. Em 2002, recebeu um Óscar Honorário, fruto do trabalho desenvolvido no mundo do cinema.
Em 2014, numa entrevista à jornalista norueguesa Kjersti Flaa, adiantou que no início ficou surpreendido e satisfeito pela fama alcançada, mas o preço da mesma começou a colidir com a sua profissão. “Na altura eu considerava-me um actor e estava preocupado com o meu desempenho. A partir de um certo momento eu comecei a achar que tinha demasiada atenção e já era um exagero”, disse.
O criador de Sundance
Em 1978, Robert Redford fundou o Sundance Institute, com o objectivo de ajudar novos cineastas. É no seguimento da fundação do instituto que surge o maior festival americano de filmes independentes, Sundance.
“A criação do festival, com o objectivo de tentar mostrar os filmes independentes, é interessante e marcante. Com este festival, o Robert Redford tentou mostrar um novo cinema”, diz o presidente da Academia Portuguesa de Cinema.
Em 2014, quando questionado sobre a possibilidade de se reformar, Robert Redford respondeu: isso “é um passo para a morte”. “Nós estamos sempre a aprender coisas novas, há coisas novas para fazer, e enquanto se pode acho que se deve continuar. A reforma nunca me vem à cabeça, é um retorno perigoso”, disse. Redford reformar-se-á caso seja “forçado a fazê-lo”.
Como prova da sua intenção em manter-se no activo, o actor não tem estado parado. Em 2013 foi a única personagem em “Até ao Fim” e em 2014 foi Alexander Pierce em “Capitão América: O Soldado de Inverno”.
Admitiu que não foi fácil fazer “Até ao Fim”: “Foi um teste para mim como actor, mas também fisicamente. Eu sabia que podia não conseguir, mas tentei. Fui gravando e fazendo, até que percebi que podia fazer sozinho.”