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É viciado no Facebook? Estudo diz que pode estar mentalmente perturbado

16 jul, 2016 - 11:57

A investigação, publicada no 'International Journal of Mental Health and Addiction', decorreu em maio e Junho de 2015 e envolveu uma amostra de 547 jovens estudantes portugueses do 2º e 3º ciclo do ensino básico.

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Um estudo sobre a adição ao Facebook em Portugal revela que os jovens com este problema apresentam níveis de saúde mental e de bem-estar psicológico "preocupantes e significativamente piores" do que os utilizadores regulares.

Segundo o estudo, coordenado pelo investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido, "a adição ao Facebook está associada a maior preferência para interacção social online e níveis elevados de sintomas depressivos, ansiedade patológica e stress".

A investigação, publicada no 'International Journal of Mental Health and Addiction', decorreu em maio e Junho de 2015 e envolveu uma amostra de 547 jovens estudantes portugueses do 2º e 3º ciclo do ensino básico.

O estudo procurou avaliar a extensão dos problemas relacionados com a utilização excessiva e problemática do Facebook, entre outras adições, numa amostra exclusivamente portuguesa, disse à Lusa o investigador Halley Pontes.

"Dada a penetração da Internet e dos sites de redes sociais entre os jovens portugueses, juntamente com a necessidade de mais investigação sobre o uso contextualizado da Internet, tornou-se fundamental entender" os efeitos que o uso excessivo e viciante destas redes podem ter sobre a saúde mental dos adolescentes, refere o estudo.

A investigação verificou que "a adição ao Facebook estava presente em 3,6% da amostra total. Tendo em conta a população geral, esta percentagem poderia traduzir-se num total ligeiramente acima dos 380 mil indivíduos, o que é bastante significativo", disse Halley Pontes, que já publicou mais de 50 estudos científicos na área da adição à internet e videojogos.

Os resultados do estudo apontam que, "em termos do bem-estar psicológico e saúde mental, os indivíduos com problemas de adição ao Facebook apresentaram níveis preocupantes e significativamente piores, em comparação aos participantes que não apresentavam problemas de adição" a esta rede social.

Para Halley Pontes, estudar o problema da adição às redes sociais online é de extrema relevância no contexto da promoção da saúde mental nos indivíduos.

Vários estudos sugerem que o excessivo uso das redes sociais online, leva a que os indivíduos apresentem níveis de saúde mental bastante reduzido.

Um estudo recente realizado numa amostra representativa da população jovem do Canadá verificou que os jovens que costumavam utilizar as redes sociais online por mais de duas horas diárias, apresentaram piores níveis de saúde mental geral, maior incidência de problemas do foro psiquiátrico, aumento da ideação suicida, bem como uma maior necessidade de suporte a nível da saúde mental.

Segundo o Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias 2015, do Instituto Nacional de Estatística, a participação em redes sociais é mais frequente em Portugal do que na média dos países da União Europeia.

Em 2015, 70% dos utilizadores de Internet em Portugal participavam em redes sociais, ainda assim menos dois pontos percentuais do que em 2014, mas mais 13 pontos percentuais do que em 2011.

Comentários
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  • Manuel Faria
    18 jul, 2016 Braga 13:21
    - Facebook, Facebook... que este estudo foi provocar... entretém uns a ler... entretém outros a estudar... - Opinião será sempre uma opinião.... e existe muitos a opinar... uns condenam o estudo... outros atiram palavras para o ar... - e eu.... ? eu faço palavras dançar...sem tango e sem rumba... lá estamos a "socializar"... ;)
  • pipa
    18 jul, 2016 lisboa 09:03
    nao devem ter nada para fazer faz mal é a boa vida vao trabalhar
  • fields
    17 jul, 2016 lx 09:57
    Agora só falta fazer um estudo aos autores do "estudo" que estude a sanidade mental dos obreiros destes estudos! É que concluir que mais de 1000 milhões de pessoas em todo o mundo podem estar mentalmente perturbados é de valor. Os portugueses são os maiores consumidores de bacalhau do mundo, comem bacalhau cozinhado das mais mais variadas formas, aliás alguns até comem bacalhau cru todos os dias (dentro e fora do prato) podemos estar aqui em presença de uma adição grave ao bacalhau, é preciso moderação no consumo de bacalhau sob pena de em caso de abstinência forçada podermos vir a desenvolver uma qualquer patologia do foro psicológico! Mas isso ainda têm que ser estudado!!!
  • Alberto Sousa
    16 jul, 2016 Portugal 18:27
    Mas o facebook não é a causa mas sim a consequência. Tal como as drogas as redes sociais são o "escape" que simplesmente potenciam a falta de equilíbrio do utilizador, falta esta que pode ser por múltiplos e variados factores (falta de responsabilidade, valores, cultura, referências, educação...). Quem for emocionalmente equilibrado, seguro e responsável não "vicia" facilmente. Claro que sendo as redes (anti)sociais uma "droga" legal e de fácil acesso, além de aceite pela maioria das pessoas, é mais complicado prevenir e "curar" este vicio que cada vez mais acaba com o cérebro, e a vida, das populações em geral e dos jovens em particular.
  • Al
    16 jul, 2016 al 18:12
    Será que o terrorista de NICE também era viciado no facebook?
  • Eunice Ribeiro
    16 jul, 2016 Leiria 16:23
    Muito pertinente este estudo e até, de alguma forma, convincente. Era muito importante que se procedesse a um estudo semelhante, relativamente à quantidade de horas e às características de personalidade, no que concerne às pessoas viciadas em televisão, nomeadamente "Reality Shows" e noticiários onde predominam as informações relacionadas com terror, homicídios e tudo aquilo que de mais negativo existe numa sociedade. Era com certeza mais alarmante, pois, nestes casos, as pessoas permanecem sentadas no seu sofá, durante muitas horas, onde lhe são administradas doses destas notícias. Não havendo qualquer tipo de interação com os emissores, existindo a pura e simples assimilação.
  • Luis Santos
    16 jul, 2016 Rio de Mouro 12:44
    E era preciso um estudo para dizer isso ? Já cheguei a essa conclusão há muito tempo ,mas não é só no facebook infelizmente . O que era para ser um programa a ser usado casualmente ,tornou-se num vicio onde as pessoas passam mais de 50% do dia a ver\meter posts ,e por GOSTO .

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