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Euro 2016

Tem dois minutos? Saiba como joga a França

09 jul, 2016 - 23:52

Depois de vários anos de marasmo, esta é a melhor versão que se arranja para os "bleus". Griezmann, Payet, Giroud e Pogba lideram a armada gaulesa. Fique a conhecer a forma de jogar da selecção de Didier Deschamps

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França à lupa: os momentos de jogo

Sistema táctico: 4x2x3x1

Transição ofensiva

“Zzzzttt”. Rápidos, como se perceber e ancorados nas recuperações de bola por vezes demasiado agressivas do duplo “pivô” do meio-campo defensivo, Pogba e Matuidi. É neles que nasce a vertigem dos contra-ataques que quase todos os adversários provaram neste Europeu, qual veneno. Payet e Sissoko aceleram a transição, de forma vertical. Griezmann, uma espécie de “vagabundo”, está demasiadamente bem entrosado com o “homem-golo” Giroud.

Momento ofensivo

Provavelmente, a grande “brecha” na máquina oleada de Didier Deschamps. Letais nas contra-ofensivas rápidas, não são particularmente astutos em ataque continuado, revelando pouca paciência de troca de bola. Precipitam-se, em várias situações de jogo em que o adversário se reposiciona de forma célere, encurtando espaços. Sem a tal calma para “pensar” o processo atacante, é frequente ver jogadores como Sissoko, Payet e até Pogba perderem facilmente a bola.

Transição defensiva

O momento ofensivo ajuda a explicar, então, o ponto da transição defensiva. Os laterais Evra e Sagna, bem abertos e subidos no apoio ao ataque, são apanhados desprevenidos e, já que não caminham para novos – estão ambos acima dos 30 anos – transitam de forma não tão rápida para as missões defensivas, concedendo espaços nos corredores. A subida da linha defensiva, com bola, deixa igualmente a equipa exposta em profundidade.

Momento defensivo

Tudo o que acima foi descrito acabou por ser atenuado com a aposta de Umtiti em detrimento de Rami, bem mais falível. Sem bola, os laterais Evra e Sagna são mais competentes na antecipação e na cobertura de espaços interiores mas isso não deixa os centrais totalmente descansados. Aliás, tanto Koscielny como Umtiti partilham dois denominadores comuns: pouca consistência e muito risco no 1x1. À frente da defesa, apenas Matuidi assume despesas defensivas, o que deixa os “galos” algo desguarnecidos. Na baliza, porém, reside a derradeira muralha: Hugo Lloris, que se apresenta neste Europeu no melhor momento da carreira.

Esquemas tácticos (bolas paradas)

Dos 13 golos apontados neste Europeu - melhor ataque da prova - cinco foram de cabeça. Isso atesta a capacidade dos "bleus" nos duelos aéreos. Ao nível defensivo, não sofreram qualquer golo proveniente de livres. O que é igualmente paradigmático.

A figura: Antoine Lopes Griezmann

Tem raízes no nosso país – a família é natural de Paços de Ferreira – e, se tudo correr bem para ele, assinará uma espécie de “traição” ao sangue português que lhe corre nas veias. Nas veias, já agora, corre-lhe vertigem, trato elevado da bola, velocidade, agilidade, visão de jogo, desequilíbrio no 1x1. E aquele pé esquerdo é uma arma ímpar. Tem 1m75 e 67kg. Apesar de entrar certamente para a categoria de “peso-pluma”, vai à luta com qualquer um para dentro do ringue, tendo agressividade mas, sobretudo, inteligência de sobra para levar de vencida um oponente com outros argumentos físicos. Diante da baliza, tem o péssimo hábito de “sentar” o guarda-redes para o lado contrário de onde vislumbra o remate. E também factura bem de cabeça. É um dos avançados mais completos da era moderna do futebol.

ONZE PROVÁVEL DE FRANÇA
DIDIER DESCHAMPS

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  • A.Moura
    10 jul, 2016 lx 16:41
    Fala-se na França como se fosse uma grande equipa. Até há pouco tempo só tinha ouvido falar no Pogba... Portanto, a obrigação de Portugal é ganhar. Tem mais currículo e experiência. Se não conseguirem, é porque não mereceram, especialmente o Ronaldo, que só olha para os recordes dele.. Terei pena é dos emigrantes...

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