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Socialista Felipe González defende governo do PP para Espanha

07 jul, 2016 - 13:13 • Manuela Pires

Apesar do peso de Felipe González, o apelo não é bem acolhido no PSOE. A direcção dos socialistas deixa claro que não vai seguir esse caminho, defendendo que este é o momento para Mariano Rajoy tentar formar uma maioria com outros partidos.

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Felipe González, antigo líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e primeiro-ministro de Espanha entre 1982 e 1996, apela a que o seu partido viabilize um governo do Partido Popular (PP), de Mariano Rajoy.

Num artigo de opinião que assina, esta quinta-feira, no diário "El Pais", González defende que o PSOE deve aceitar o diálogo com o PP, não para formar uma coligação de governo, mas por força dos resultados das eleições de 26 de Junho, que não proporcionam a formação de uma maioria sólida e coerente. A ideia do antigo primeiro-ministro diz que a solução passa pela viabilização de um governo do Partido Popular sem que o PSOE deixe de cumprir o seu papel na oposição.

Apesar do peso de Felipe González, o apelo não é bem acolhido no partido, que se reúne no sábado, exactamente para definir uma estratégia. A direcção do PSOE já fez saber que respeita a proposta de González, mas deixa claro que não vai seguir esse caminho na reunião do seu Comité Federal.

Os socialistas entendem que agora ainda é o momento para Mariano Rajoy tentar formar uma maioria com os seus parceiros ideológicos e outros partidos, como o Cidadãos e as várias forças nacionalistas, que podem somar 182 deputados, número para aprovar à primeira.

A divisão, todavia, é uma das marcas do momento no PSOE e há já quem defenda que Pedro Sánchez deve tentar formar um governo de mudança. Nesse caso, o parceiro teria de ser a coligação Unidos Podemos, solução que, durante a campanha eleitoral, Felipe González criticou duramente, com o argumento de que os socialistas não podem aliar-se a "irresponsáveis" que querem "desintegrar a Espanha".

“Temos de governar com um projecto para Espanha, mas não com um projecto que ponha em causa a unidade dentro da diversidade de Espanha. Estes irresponsáveis, que são capazes de desintegrar de assumir o risco de dividir a Espanha, não são parceiros de um governo de um partido que tem um projecto para Espanha", declarou, então, González, num comício do partido em Madrid.

Se o artigo de Felipe González não caiu bem no PSOE, agradou ao PP e a Mariano Rajoy. “É uma opinião muito qualificada, por ser de quem é, e porque coincido com ele em algumas coisas: primeiro, não pode haver novas eleições; segundo, devemos resolver este assunto rapidamente; e, terceiro, o futuro governo deve ter um mínimo de estabilidade”, declarou o ainda chefe de Governo e vencedor das eleições.

Duas semanas depois das eleições, ainda não há sinais fortes de formação de uma solução governativa. Mariano Rajoy ainda não se reuniu nem com o líder do PSOE, nem com Albert Rivera, do Cidadãos.

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  • Bernardo Pimentel
    07 jul, 2016 Sintra 15:24
    Escreva aqui o seu comentário - Escreva aqui o seu comentário - Eu, Bernardo Afonso Burnay Geraldes de Melo e Faro Pimentel, declaro que a Espanha vermelha é isto. E a fibra dos primos Borbón terminou com Afonso XIII.

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