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David Justino à Renascença. Cortes nos colégios podem deixar alunos sem escola

08 jun, 2016 - 03:05

Em entrevista à Renascença, o presidente do Conselho Nacional de Educação considera que, na polémica dos contratos de associação, Estado e colégios não têm um “cadastro completamente limpo”.

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David Justino. Cortes nos colégios podem deixar alunos sem escola
David Justino. Cortes nos colégios podem deixar alunos sem escola

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Pode haver alunos sem escola no próximo ano se alguns dos colégios com contrato de associação com o Estado tiverem que fechar por causa dos cortes, alerta o presidente do Conselho Nacional de Educação em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

David Justino afirma que essa “é uma hipótese que não deve ser descartada, nomeadamente se alguns dos colégios sentirem necessidade de poder encerrar e não assegurar as turmas de continuidade”.

“Pode acontecer uma situação dessas. Eu espero que não aconteça, faço votos para que não aconteça, mas é uma hipótese que nós devemos estar preparados para isso”, sublinha o antigo ministro da Educação do Governo de Durão Barroso.

O presidente do Conselho Nacional de Educação não sabe como vai ser e mostra-se “preocupado” com o próximo ano lectivo 2016/2017, depois de o Governo ter cortado os apoios a 39 colégios para a criação de novas turmas em início de ciclo.

“Não tenho informação suficiente que me permita dizer que tudo vai correr bem relativamente a estas escolas que ficaram com o número de turmas diminuído. Tanto pode acontecer uma situação em que os alunos depois se recusam, tanto pode acontecer uma situação em que os alunos vão para uma escola pública e depois não têm lugar que chegue. Pode acontecer tudo isso.”

Ainda sobre a polémica em torno dos contratos de associação, David Justino considera que “há um cadastro da parte do Estado e dos operadores que não é completamente limpo” e há culpas de parte a parte.

“Há muito erro e situações que se foram acumulando. Enquanto estive no Ministério também tive este mesmo problema com alguma preocupação, porque nós apontávamos para uma tentativa de consensualização de uma trajectória que permitisse uma conversão progressiva dos contratos de associação em contratos simples reforçados, que é um financiamento em nome do aluno. Continuo a pensar que é das melhores soluções”, defende o presidente do Conselho Nacional de Educação em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

Comentários
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  • Ana Cunha
    11 jun, 2016 Leiria 18:13
    Defesa da Escola? Ataque à qualidade da grande maioria das escolas do país. Nas escolas públicas trabalham os professores com a classificação profissional mais alta, os que não necessitam de conhecer fulano ou sicrano para trabalhar. E não precisam de pintar as paredes para receber o salário. Ensinam com um mínimo de dignidade laboral e de forma brilhante.
  • P. Dekegel
    11 jun, 2016 Europe 06:31
    In Portugal only 4% of the kids go to a state funded independent school, known as escola com contrato de Associação. Peanuts compared to other EU countries. The advantage of this type of schools is that it allows citizens to choose for something other than just state schools. It allows a certain pedagogical diversity accessible to all, not only the rich. Be honest, as second poorest country in Europe, how many Portuguese have the ability to pay an exclusive private school such as the Escola Alemã? In other Europeans countries this system of state funded independent schools, allowed the establishment of alternative types of school like Freinet or Montessori, freely accessible to all citizens. This kind of schools is still hard to find in Portugal, but at least the theoretical possibility exists. The government recently decided to stop funding these schools. Hence letting them slowly bleed to death. The rich kids can afford some exclusive private school. The ‘ordinary’ children all have to go to a state school, and it’s the government who imposes which one. Instead of taking measures to further help the advancement of the country, the government takes, out of purely political and ideological considerations, a decision that will isolate Portugal even further. Legitimized by simple, populist, demagogic insinuations. It is sad to see, but at the moment Portugal is setting its first steps towards a new dictatorship, a left one this time. And the Portuguese? Blinded by football.
  • Imcc
    09 jun, 2016 Lisboa 13:34
    Obrigado Sr. José. Como disse muito mais haveria a dizer, fica para uma próxima oportunidade. Sempre frequentei a Escola pública assim como os meus filhos, não por ser contra as instituições privadas, que as há, e de muito boa qualidade, mas que subsistem à custa de quem quer e de quem as pode pagar, e que estão no seu pleno direito, agora alimentar a barriga duns quantos, que acham que somos todos tolos.....isso não!!!! Não está aqui em causa a liberdade de escolha ( ou a falta dela) como nos querem fazer crer. Cada um de nós continua a ser livre de por os filhos na escola que entender, mas não em colégios privados onde existe escola pública, à custa do erário público!!
  • José
    08 jun, 2016 Braga 15:22
    Resposta ao Srº(ª) Imcc 08 jun, 2016 Lisboa 13:09 Subscrevo na íntegra o seu comentário. Um abraço.
  • Colégios Privados
    08 jun, 2016 Francisco Plinio 14:02
    Toda esta conversa de Colégios Privados já dá nojo, tenham vergonha e calem-se por favor, e se pretenderem que os vossos filhos a frequentem paguem e pronto. Escolas públicas é a solução.
  • 08 jun, 2016 13:57
    Toda esta conversa de Colégios Privados já dá nojo, tenham vergonha e calem-se por favor, e se pretenderem que os vossos filhos a frequentem paguem e pronto.
  • Imcc
    08 jun, 2016 Lisboa 13:09
    (Cont) área de residência oferta pública, o qual paguei na íntegra, tb me sinto no direito dever ressarciada. Vão fechar alguns colégios com contrato de associação? Não me parece! Sabe porque? Porque mais uma vez vai reinar o chico espertismo naciona. Só espero que haja mecanismos (e que funcionem) força de vontade, noção de justiça e de equidade por parte do Ministrrio da Educação para acabar com estes LOBBIES! Quanto aos professores que eventualmente ficarem no desemprego ( não sou professor) trata-se tão somente de se candidatarem como os demais ao concurso nacional e sujeitarem-se a andar com a casa às costas, ou então, não sejam piegas e emigrem! Por ora ficamos por aqui, mas muito mais haveria a dizer. Chegámos a este ponto, na minha modesta opinião, porque o Governo anterior e os que o antecederam pura e simplesmente não cumpriram a Lei.
  • Imcc
    08 jun, 2016 Lisboa 13:01
    Sr. David Justino, e que tal ir ao terreno e avaliar? É que eu conheço casos em que a escola pública fica a menos de 1km de casa e os pais/encarregados de educação optam por colocar os seus educandos em colégios com contrato de associação que distam mais de 20km. Conheço ainda casos de pais que vivem nos arredores de grandes cidades, onde existe escola pública com capacidade, e no entanto levam os filhos para colégios dentro da cidade, colégios esses rodeados por escolas públicas, algumas de grande qualidade! Já agora dê uma vista de olhos pelos facebooks de alguns colégios e veja as festas de final de ano, ou de ciclo, que mais parecem bailes da faculdade, onde reina um despesismo sem igual, a avaliar pelas mesas e pela indumentária dos participantes. Garanto-lhe que tal era impensável na escola pública, onde muitas vezes há dificuldade em dar uns míseros 5 ou 10€ para uma simples visita de estudo, por parte de alguns encarregados de educação. Já agora, perca um pouco do seu precioso tempo, e pare à porta dos colégios com contrato de associação de preferência à hora de saída dos alunos, e dê uma "olhada" ao parque automóvel........... Já agora, também me sinto no direito de solicitar ao Estado o pagamento do ATL dos meus filhos, que é privado e para onde vão após a saída da escola pública, uma vez que esta não oferece resposta adequada às minhas necessidades. E já agora, quando os meus filhos eram bebes e tive de optar por um Infantario privado, porque não existia na minha
  • José
    08 jun, 2016 Braga 12:01
    Muitas vezes, leio comentários a criticarem as pessoas que têm os filhos no privado; e no entanto estes, defendem a escola pública. Não se pode fazer comparações tolas, pois estes, podem por os filhos onde bem lhes apetecer, desde que Paguem...Não temos nada a ver com isso...Seria hipócrita, isso sim, se eles defendessem a escola pública, e no entanto tivessem os filhos nos colégios com contrato de associação...Há muitos políticos que estudaram na escola pública e continuam a por lá os filhos... Ao longo dos tempos, sempre houve gente que pôs os filhos em colégios privados, alguns deles na Inglaterra e até mesmo na Suíça, não temos nada a ver com isso; eles é que Pagam...
  • José
    08 jun, 2016 Braga 11:45
    Não existem direitos adquiridos vitalícios...Muitos alunos, estão nos colégios pagos pelos seus pais, porque não tiveram vaga nos colégios financiados, e por outro lado, não existem colégios financiados em todas as localidades...Logo, a igualdade de oportunidades não está assegurada. Não nos podemos esquecer, que as “expectativas defraudadas e os direitos adquiridos; não podem ser só para alguns”...Tenho duas sobrinhas em colégios privados, não financiados pelo Estado, uma delas nos arredores do Porto, paga uma mensalidade de 600 Euros, até dói, e a outra vai passar este ano para a escola pública; vai para o 2º ciclo...Vejo as dificuldades que os meus familiares fazem para pagar o colégio. Não estão lá por “vaidade”, mas sim por incompatibilidade de horários, e não têm os avós por perto. Pelos vistos as benesses são só para alguns.

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