07 jun, 2016 - 11:06
As autoridades do Bangladesh lançaram esta terça-feira uma operação de caça ao homem, procurando membros de grupos jihadistas que operam no país e que terão sido responsáveis por mais de 40 assassinatos de activistas pró-secularização e membros de minorias religiosas.
Pelo menos dois responsáveis do movimento islâmico radical Jamayetul Mujahideen Bangladesh morreram na sequência de um tiroteio durante a operação policial, que decorreu ao mesmo tempo que o Governo anunciava que os crimes que têm assolado o país e aterrorizado activistas políticos e comunidades minoritárias são de facto orquestradas por agências de informação estrangeiras, incluindo a Mossad, de Israel.
O Bangladesh é um país oficialmente muçulmano no subcontinente indiano. Após a independência da Índia, o território fez parte do Paquistão e era conhecido como Paquistão Oriental, mas estava separado do actual Paquistão por mais de 1600 quilómetros de território indiano. Após uma dura guerra o Bangladesh ganhou independência enquanto estado secular, mas enfrentou sempre problemas com um movimento fundamentalista islâmico.
A operação policial desta manhã segue-se a mais dois assassinatos de membros de minorias religiosas. Na segunda-feira foi morto um cristão, Sunil Gomes, e esta terça-feira foi encontrado o corpo de Ananda Gopal Ganguly, um sacerdote hindu, praticamente decapitado. Em ambos os casos a morte foi causada por golpes de catana, um método semelhante ao que já foi usado por fundamentalistas muçulmanos para assassinar cerca de 40 pessoas nos últimos três anos, incluindo vários activistas pela secularização.
O ataque de segunda-feira foi reivindicado pelo Estado Islâmico. O de terça-feira ainda não foi reivindicado, mas tudo aponta para que seja também obra de fundamentalistas islâmicos.