06 mai, 2016 - 10:32
A Fundação Francisco Manuel dos Santos lança esta sexta-feira o debate sobre "Nascer em Portugal", no âmbito do mês da população que está a ser assinalado pela fundação.
Em cima da mesa vão estar temas como “Qual deverá ser o papel dos partidos políticos?” e “A lei deve proteger mais a família ou o indivíduo?”.
Maria Filomena Mendes, coordenadora do estudo sobre as determinantes da fecundidade em Portugal, defende que é preciso mudar mentalidades, por exemplo, no que toca aos conceitos de produtividade no local de trabalho.
“Nós sabemos que quanto mais precário e quanto mais desemprego, mais as empresas e as instituições exigem, em termos de flexibilidade de horários, disponibilidade permanente, número de horas de trabalho. Em Portugal, muitas vezes confunde-se a produtividade do seu trabalhador com o número de horas que dedicam e com esta disponibilidade quase total para a empresa”, diz.
Esta especialista lembra também a necessidade de debelar o desemprego jovem como forma de dar estabilidade aos mais novos e permitir que tomem a decisão de ser pais.
Maria Filomena Mendes reconhece a importância dos apoios do Estado quando os filhos são bebés mas recorda que “os filhos crescem” e por isso também é preciso apoiar as famílias ao nível da saúde ou na aquisição de manuais escolares.
Estimativas do Instituto Ricardo Jorge, feitas com base nos "testes do pezinho", realizados no âmbito do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce, nasceram em Portugal, no primeiro trimestre deste ano, 20.992 crianças, mais 7% do que nos três primeiros meses de 2015. No ano passado, o crescimento face a 2014 já tinha sido de 4%.