05 mai, 2016 - 17:45 • Filipe d'Avillez
Deus também chorou, disse esta tarde o Papa Francisco a uma multidão de pessoas que participaram na vigília de oração “Para enxugar as lágrimas”, que teve lugar em Roma.
A vigília fez parte do Jubileu da Misericórdia e teve como objectivo consolar todos os que sofrem, incluindo “o pai que procura enxugar as lágrimas de uma mãe, ou um pai que perdeu um filho, um filho que perdeu os seus pais, aqueles que lutam contra a doença, que perderam os seus trabalhos ou não arranjam emprego”, para além dos que vivem a solidão, sofreram injustiças ou apenas não conseguem compreender o sentido da vida.
Aos presentes, Francisco recordou que até Jesus chorou quando soube da morte do seu amigo Lázaro, e que isso pode servir de consolação para todos os outros. “Se Deus chorou, também eu posso chorar, ciente de que sou compreendido. O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença face ao sofrimento dos meus irmãos”, afirmou o Papa.
“Aquele pranto ensina-me a assumir a dor dos outros, a tornar-me participante do incómodo e do sofrimento de quantos vivem nas situações mais dolorosas. Mexe comigo para me fazer perceber a tristeza e o desespero de quantos viram até roubar-lhes o corpo dos seus entes queridos, e já não têm sequer um lugar onde possam encontrar consolação. O pranto de Jesus não pode ficar sem resposta por parte de quem acredita n’Ele. Como Ele consola, assim somos chamados nós a consolar.”
A todos os que o ouviam, Francisco encorajou a confiarem os seus sofrimentos a Deus através da oração. “A oração é o verdadeiro remédio para o nosso sofrimento. Na oração, também nós podemos sentir a presença de Deus ao nosso lado”.
“A força do amor transforma o sofrimento na certeza da vitória de Cristo e nossa, com Ele, e na esperança de que um dia estaremos juntos de novo e contemplaremos para sempre o rosto da Santíssima Trindade, fonte eterna da vida e do amor.”
O Jubileu da Misericórdia começou no passado dia 8 de Dezembro e termina em Novembro deste ano.