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Mobilizar contra a indiferença, como pede o Papa

28 abr, 2016 - 15:47 • Ângela Roque

III Encontro Nacional de Leigos quer mostrar como é possível fazer mais e melhor pela humanidade e pelo planeta. A iniciativa está marcada para dia 7 de Maio, em Évora. Inscrições terminam este sábado.

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“Nada nos é indiferente entre a Terra e o Céu” é o tema do III Encontro Nacional de Leigos.

O Jubileu da Misericórdia, que a Igreja está a assinalar, e os desafios deixados pelo Papa na encíclica “Laudato Si” determinaram a escolha do tema, como explica a presidente da Conferência Nacional do Apostolado dos Leigos (CNAL): “este ano temos dois grandes pólos de sinalização, por um lado a proposta de respeito e do cuidado pela Criação que nos é dada pela ‘Laudato Si’, por outro o Ano da Misericórdia. E queremos dizer que ‘nada nos é indiferente’, a começar por nós, por cada homem e cada mulher, e que é possível, para além deste cuidado em relação a tudo o que recebemos, ainda fazer mais e procurar o céu”.

Alexandra Viana Lopes lembra que não ser indiferente “é um apelo permanente do Evangelho, e de toda a Igreja, mas está muito presente no pontificado do Papa Francisco. E é uma grande inspiração de resposta”. E considera fundamental reflectir sobre as propostas deixadas pelo Papa na encíclica “Laudato Si”.

A presidente da CNAL diz que “há propostas da Igreja que nos estimulam, mas há uma realidade toda que pede soluções. Os extremismos de hoje, os da guerra e os da fome, as situações mais gritantes que vemos, com os refugiados” e por outro “a destruição do planeta, e as correntes mais ocidentais de destruição do Homem, onde temos uma lógica de não preservação, de não cuidado, que exigem resposta. E nós achamos que é possível estar na linha da frente de uma resposta positiva”. Essas respostas “que vêm do Evangelho, têm sido protagonizadas nestes dois últimos documentos, quer a ‘Laudato Si’ quer a Bula da Misericórdia”.

Alexandra Viana Lopes tem, por isso, “as maiores expectativas para este encontro”, onde vão ser partilhadas experiências de defesa do meio ambiente, e de luta contra a pobreza, a guerra e a perseguição religiosa. São, no total, 35 conferencistas que vão falar de 24 temas, em nove painéis.

Será António Pinto Leite a moderar o painel principal de abertura, com três convidados. “Ouvir o clamor da Terra e o Clamor dos povos: um olhar a partir da Amazónia” é o tema da primeira intervenção que estará a cargo de Luis Ventura Fernandez: “É uma experiência ligada à natureza e ao respeito pela criação, pelos povos e pela territorialidade, que nos é trazida por este antropólogo que ajudou a criar a rede panamazónica, de protecção da Amazónia nos 9 países que a circundam”, explica Alexandra Viana Lopes.

A segunda intervenção “Proteger os nossos irmãos perseguidos: um testemunho na guerra e no genocídio do Iraque”, será feita por Pascale Warda: “É uma experiência ligada à guerra e às perseguições étnicas e religiosas, e ao genocídio. Pascale Warda foi ministra e é presidente da organização não governamental Hammurabi, de defesa dos direitos humanos no Iraque. É uma mulher extraordinária e que vale a pena ouvir”, diz a presidente da CNAL.

O terceiro conferencista será Joseph Campo: “É um cineasta americano, da Grassroots Films, que trabalha com a gente mais degradada de Nova Iorque, e que criou uma produtora de cinema, que tem tido um trabalho extraordinário”, sublinha Alexandra Viana Lopes. “Encontrar sentido para a vida e libertar da pobreza: uma experiência na cidade de Nova Iorque”, será o tema da sua conferência.

Durante a tarde os participantes no III Encontro de Leigos terão vários ateliers à escolha, quatro relacionados com o “Cuidar da Terra – desenvolver uma Ecologia Integral”, outros quatro relacionados com o Ano Santo que a Igreja está a viver, e que têm o tema geral “Procurar o Céu – cultivar Oásis de Misericórdia”.

Em paralelo a este encontro o documentário “The Human Experience”, da Grassroots Films, dirigido por Joseph Campo, vai ser exibido em Évora já nesta-feira, dia 29 de Abril, na Fundação Eugénio de Almeida, às 21h. Repete segunda-feira, 2 de Maio, no Auditório da Escola Salesiana, à mesma hora.

As inscrições para o III Encontro Nacional de Leigos podem ser feitas até sábado, 30 de Abril, através do site www.cnal.pt

Comentários
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  • Alberto Afonso
    08 mai, 2016 Branca Coruche Santarém 00:06
    Pequenos nadas, de existências Paradas! De vidas desmotivadas por normas alteradas, não adaptadas! Só precisam de uma palavra! Ou talvez de uma lavra; adequada à justa decisão de tolerância, compreensão da deficiente ou incompleta formação! Que os vitima e subordina em grande confusão!
  • António Costa
    29 abr, 2016 Cacém 07:45
    Senhor dá-nos Coragem para aceitar-mos o que não podemos mudar, Força para mudar-mos o que podemos e sobretudo Sabedoria para saber distinguir entre os dois. E nisto da Sabedoria, é que a Humanidade tem andado muito, muito mal mesmo. Só contam as palavras de ordem, que como "robots" as pessoas repetem, e que deixa todos muito satisfeitos, porque dá a ideia que se "pertence a um grupo". No mundo de exclusão, as pessoas excluídas, sentem-se "integradas" ao repetirem "slogans" que mal entendem. Entretanto o tentar perceber os problemas, entender muito bem, definir o que de fato se passa com este Planeta ÚNICO, "vivo" e extremamente dinâmico, isso não interessa. A Terra é apresentada pelos ecologistas como um "paraíso cor-de-rosa", parado no tempo, que o Homem, "estranho ao Planeta" está a destruir. O Problema é que a Terra está em constante evolução. A Evolução não pára e o Homem nasceu na Terra e foi evoluindo com Ela. Não caí-mos na Terra de paraquedas, nem lhe somos estranhos! A Vida está adaptada ao "Ambiente", o Ambiente muda e as formas de vida são Substituídas por outras mais bem adaptadas. Nem piores, nem melhores. A nossa inteligência permitiu-nos resistir às Constantes Mudanças Climáticas, até hoje. Espero que a nossa melhor compreensão das Alterações Climáticas, e da influência que o Homem tem cada vez mais nas mesmas, traga resultados positivos para todos.

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