17 abr, 2016 - 12:18
Uma cristã degolada pelos terroristas e um marido muçulmano desolado com tanto sofrimento. O caso foi contado pelo Papa, um dia depois de ter visitado um campo de refugiados em Lesbos, na Grécia.
Francisco partilhou este domingo com os peregrinos, na Praça de S.Pedro, em Roma, as histórias de dor de quem foge da guerra e da fome.
“Muitos dos refugiados eram crianças. Alguns deles assistiram à morte dos pais e companheiros e tantos morreram afogados no mar. Vi muita dor” no campo de Mória, em Lesbos.
Depois, o Papa contou um caso particular. “Encontrei ontem [sábado] um homem jovem de 40 anos, muçulmano com dois filhos; era casado com uma rapariga cristã. Amavam-se muito mas, infelizmente, esta rapariga foi degolada pelos terroristas, porque não quis negar Cristo e renegar a sua fé. É uma mártir. Por isso o homem chorava tanto”.
Na oração “Regina Coeli”, em Roma, Francisco disse que a visita a Lesbos foi um gesto de “solidariedade da Igreja” para com os refugiados e o povo grego.
“Fui acompanhado pelo patriarca ecuménico Bartolomeu e pelo arcebispo Jerónimo de Atenas e todas as Grécias, como gesto de unidade na caridade de todos os discípulos do Senhor. Visitámos um dos campos de refugiados, onde se encontram pessoas oriundas da Líbia, Afeganistão, Síria, África, de tantos países. Saudámos cerca de 300 refugiados, um a um, nós os três juntos”, salientou o Papa.
Francisco falou também do sismo no Japão e no Equador, que provocaram dezenas de mortos, e pediu oração pelas populações atingidas.