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Polícia moral da Arábia Saudita perde poderes

14 abr, 2016 - 13:42

Os agentes da Mutawa já não podem efectuar detenções e devem exercer o seu trabalho de forma “humana e gentil”.

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A polícia moral da Arábia Saudita acaba de perder alguns dos seus poderes, nomeadamente a autoridade para deter suspeitos de delitos.

A decisão, tomada esta semana, segue-se a mais um escândalo, em que vários elementos da Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício foram filmados a agredir uma mulher junto a um centro comercial, em Fevereiro do ano passado.

A função da comissão passa por garantir que as estritas regras do Islão wahabita, que vigora na Arábia Saudita, sejam cumpridas. Isso implica impedir homens e mulheres de conviver, quando não são casados ou parentes; garantir que produtos alcoólicos não são vendidos nem consumidos e ainda verificar se as roupas dos cidadãos cumprem os requisitos morais.

Com a nova lei, os agentes desta comissão – conhecida como Mutawa – deixam de poder perseguir ou deter suspeitos. Em vez disso devem denunciá-los a polícias ou militares que se encontrem próximos do local. Em 2013 a perseguição de dois homens que se tinham recusado a baixar o som do rádio do seu carro acabou por causar um acidente mortal.

O incidente que mais marcou a reputação da Mutawa decorreu em 2002 quando agentes da comissão impediram várias meninas de fugir de uma escola que estava a arder, uma vez que não estavam devidamente cobertas. Quinze raparigas morreram.

De acordo com as novas regras, os agentes devem andar sempre identificados e tratar as pessoas de forma “humana e gentil”, segundo a BBC.

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  • António Costa
    15 abr, 2016 Cacém 13:39
    "...em 2002 quando agentes da comissão impediram várias meninas de fugir de uma escola que estava a arder.." ou seja para cumprir o Islão, preferiram queima-las vivas em vez de deixa-las fugir para a rua com pouca roupa.

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