12 abr, 2016 - 17:32
O nutricionista Cláudio Rodrigues diz que o tempo humanamente possível de jejum para um humano depende das reservas de cada organismo, ou seja, da quantidade de gordura que cada pessoa tem.
“Quanto maior for a quantidade das reservas que o nosso corpo tinha previamente, maior será o tempo que o nosso corpo consegue aguentar, ou seja, a quantidade de gorduras que a pessoa tinha armazenadas vai ditar o tempo que nós conseguimos aguentar”, explica este dirigente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, confrontado pela Renascença com a situação clínica do activista angolano Nuno Dala, em greve de fome há 32 dias.
O especialista sublinha que um período prolongado de jejum pode trazer alterações não recuperáveis. Mesmo quando alimentação volta ao normal, os transtornos dificilmente são corrigíveis: “Uma greve de fome vai fazer com que, a médio/longo prazo, alguns parâmetros metabólicos dificilmente voltem ao normal, mesmo que depois a pessoa se alimente de uma forma correta e adequada”.
O clínico acrescenta que, entre outros problemas, podem surgir complicações como o enfraquecimento das unhas e a queda de cabelo em grande quantidade. “O cabelo poderá nunca mais voltar a ter a mesma força e a crescer da mesma forma”, aponta.