Tempo
|
A+ / A-

PS diz “sim” à reforma da segurança social, mas “não” a cortes de 600 milhões

03 abr, 2016 - 16:40

Terminou o 36º congresso do PSD, em Espinho. Veja as reacções de PS, PCP e CDS.

A+ / A-

A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, considera que a "novidade" no congresso do PSD foi Pedro Passos Coelho "reconhecer a legitimidade" do actual Governo e disse esperar que a sua oposição seja "mais construtiva".

"A primeira coisa que há para dizer é que ouvimos com muita atenção Pedro Passos Coelho e o primeiro convite que há a fazer a Passos Coelho é de vir para o presente, uma vez que esteve ainda muito tempo amarrado ao passado", começou por dizer a socialista, momentos depois do discurso de encerramento do presidente do PSD no 36.º congresso do partido.

Para a secretária-geral, a novidade da reunião magna dos sociais-democratas que decorreu este fim-de-semana em Espinho foi "finalmente Pedro Passos Coelho reconhecer a legitimidade democrática deste Governo e assumir o seu papel de oposição".

Perante esse reconhecimento, Ana Catarina Mendes disse esperar "que esse papel de oposição possa ser consubstanciado em propostas concretas uma vez que [Pedro Passos Coelho] se demitiu de as apresentar no Orçamento do Estado que foi agora apresentado ou mesmo no Plano Nacional de Reformas".

Questionada sobre os desafios ao PS na área da reforma da Segurança Social, a secretária-geral adjunta do PS sublinhou que "sempre que houve reformas" a esse nível o Partido Socialista "foi o seu promotor e seu executor".

"Aquilo que nós sabemos é que rejeitaremos sempre propostas que venham novamente cortar 600 milhões de euros dos nossos pensionistas. Com isso não contam com o PS", sublinhou.

Acrescentou que o PS está "obviamente" preocupado com a sustentabilidade da Segurança Social, mas que "isso não dispensa" o diálogo social, "ao contrário do que Pedro Passos Coelho" fez "ao longo de quatro anos".

Ainda sobre o discurso do presidente do PSD, assinalou que apesar de assumir a condição de oposição "infelizmente, as prioridades que apresenta para o país são em tudo contraditórias com aquilo que foi a sua acção governativa".

"Deixou o país mais empobrecido, sem investimento na inovação nem investimento nas nossas empresas. E por isso mesmo esperemos que esta aparente falta de novidade do PSD possa agora, que se assume como oposição, ser mais construtiva", frisou.

Já o dirigente do PCP João Frazão considera que o congresso do PSD representou uma repetição da história, com "a mesma festa, os mesmos foguetes e os mesmos protagonistas", e mostra que nada aprendeu com a derrota nas legislativas.

O PSD não aprendeu nada com a derrota que sofreu no dia 4 de Outubro [de 2015] nas legislativas, derrota que aliás parece que insiste em não reconhecer", afirmou.

Considerando que os sociais-democratas não têm "emenda", o dirigente comunista acusou o PSD de insistir no "caminho de desastre", de "empobrecimento e ataque aos serviços públicos".

"[Passos Coelho] diz que não tem uma querela com a Constituição, mas depois descascou-a de tal maneira que a deixaria no osso se fosse possível esta política que ele hoje anunciou", acrescentou, avisando que os comunistas não estão disponíveis para a reforma da Segurança Social proposta pelo PSD, que representa uma "destruição de facto da Segurança Social pública".

Por sua vez, o CDS felicitou o PSD por ter demonstrado "força, ambição e vontade de servir o país", agora na oposição.

"Tenho dito que o espaço político de centro-direita, para voltar a governar, tem de se tornar mais forte. Nós no CDS faremos certamente a nossa parte, e pelo que vimos o PSD está também animado para fazer a sua parte", advogou a líder centrista, Assunção Cristas.

Aos jornalistas, a presidente do CDS reconheceu "sintonia em muitos pontos" entre centristas e sociais-democratas. "No que respeita à questão do sistema eleitoral, se consultarem a minha moção, verão que no nosso entender deveremos debater essa matéria no sentido de garantir a pluralidade partidária, no sentido de garantir uma proximidade aos eleitores, e também uma melhor representação do interior. São três linhas e objectivos que estão referidos na moção."

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Jorge Ferreira
    04 abr, 2016 Vila do Conde 16:13
    Não sejam mentes fechadas, os 600 milhões seriam facilmente conseguidos se limitassem as reformas ao salário do presidente da republica e com os mesmos anos de descontos dos trabalhadores comuns que trabalham até aos 67 anos no duro e não sentado numa assembleia. Ainda se fizessem alguma coisa de útil mas a maioria limita-se a aplaudir e mandar piadas, milhares de euros de reforma em poucos anos para aplaudir e mandar piadas... Ao que chegamos... E acrescento que um teto de reforma equivalente ao salário do presidente da republica (10 mil euros) ou mesmo 1500€ já era demais porque o salário mínimo em portugal (com p pequeno) são 500€ E não se esqueçam que quem recebe este dinheiro de pensão concerteza acumula outros cargos de consultadoria, os chamados tachos!
  • Antonio
    03 abr, 2016 Almada 23:05
    lá estão eles como animais ferozes, assanhados contra os reformados e pensionistas! querem reformar a segurança social...o mesmo é dizer roubar nas reformas com leis q eles vão elaborar e aprovar. No entanto, mexer nas leis q permita combater mais eficazmente a corrupção, roubos escandalosos por parte dos políticos, deputados, governantes e banqueiros, amigos destes já não fazem! são leis imorais q por motivos óbvios n querem ver alteradas, porque corria-se o risco d um dia p o outro ficarmos com as prisões sobrelotadas desta escumalha mafiosa.
  • Duarte Marques
    03 abr, 2016 Carnide 22:20
    A onde vão buscar os 600 milhões para meter na segurança social? Há , já sei: aos impostos dos trabalhadores e da classe média! para favorecer aqueles que nunca contribuíram para coisa alguma: nomeadamente os ciganos, e aqueles que vivem apenas dos subsídios. Isto é que é o verdadeiro socialismo.
  • Rui
    03 abr, 2016 Sacavém 20:05
    Os incompetentes, oportunistas, enfim, os coveiros de Portugal no seu poleiro, agora no poder por usurpação de funções com outra gentalha que se veio a revelar amigalhaços (???!!!) de última hora!
  • Luís B.
    03 abr, 2016 Mirandela 19:41
    Dá-me vontade de ir ao quarto de banho quando ouço gente ligada à esquerda dizer que "Passos está ligado ao passado", que é uma frase mais soft do que outra "Passos é fascista", pois parece ser essa a intenção de quem o associa ao passado. O passado é Sócrates e uma gestão danosa, a que a esquerda se associou, não a denunciando. Em particular os seus camaradas de partido que assistiram a tudo impávidos e serenos, enquanto a estabilidade das contas públicas desaparecia na mesma proporção que o amigo de Sócrates enriquecia, apareciam TGV's por todo o lado e mais uma ponte sobre o Tejo. Ah, e o aeroporto que era para ser na OTA e depois se mudou para o Montijo e que ainda não "voou" do papel... A esquerda tem vários problemas de natureza moral, e a falta de memória é um deles. PAssos ou o PSD não têm de ajudar o PS golpista a governar, como antes o PS derrotado não ajudou a coligação a governar melhor. No fim do ano vamos ver a execução orçamental destes "pataratas" que nunca trabalharam na vida real, pois são políticos de profissão...
  • ps
    03 abr, 2016 portugal 19:15
    O governo e seus apoiantes pcp, Be e verdes, devem ignorar os partidos da direita, que isto foi só palha, se ele quisesse fazer reformas tinha as feito quando era governo, pelo contrario empobreceu o país, agora vem enganar os portugueses outra vez claro os do proprio partido. Isso é so um partido de muidos que não têm emprego onde andam a ver se arrajam alguma coisa.
  • Maria de Ninguém
    03 abr, 2016 Cascais 18:55
    Sempre disse que este PS xuxa anda a preparar em surdina, segredo, um novo "centrão" dos interesses PS/PPD, agora com a mãozinha do beato Marcelo que patrocina! Basta ver que os xuxas já pouco ou nada se preocupam com os arrufos e amuos do BE e PCP! Aguardo expectante mas preocupado!

Destaques V+