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​Debate

“Arte é o lugar onde se encontra a promessa de felicidade”

14 mar, 2016 - 23:49 • Isabel Pacheco

Do teatro à escultura, do papel do espectador à relação da arte com a Igreja, o escultor Rui Chafes e o dramaturgista Pedro Sobrado fecharam o ciclo de conferências Nova Ágora, da Arquidiocese de Braga.

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O estado da arte foi o tema para o diálogo entre gente inquieta com “bolas de fogo na mão”. O escultor Rui Chafes e o dramaturgista Pedro Sobrado lançaram um olhar sobre a arte na última das três conferências promovidas pela Arquidiocese de Braga.

Rui Chafes defende o reencontro entre a arte e a Igreja. O Prémio Pessoa 2015 acredita que, depois do divórcio com a arte moderna, é altura de se dar “um passo em frente” para o diálogo entre a arte e a religião.

O apelo foi deixado durante a conferência “Olhar sobre a Arte”, onde o dramaturgista Pedro Sobrado destacou o papel dos olhares: “Falar de teatro implica lançar um olhar sobre os olhares e sobre o próprio acto de ver. São os nossos olhos que dão forma às coisas”, defendeu o artista.

Olhares que constroem a obra, completou Rui Chafes, para quem na arte não há espectadores passivos.

“Isso é outro domínio, do domínio da televisão, do entretenimento, da pastilha elástica para os olhos”, concluiu o escultor.

Mas afinal o que é a arte?

“A arte é uma conversa inacabada, pelo menos, enquanto não nos tornarmos plenamente humanos”, respondeu Pedro Sobrado.

Cada obra de arte coloca de novo a questão e obriga a reformular os termos da resposta.

“A arte é o lugar onde se encontra a promessa de felicidade e da humanidade que está por vir”, explicou o dramaturgista do Teatro Nacional S. João.

A mesma arte que “enriquece mesmo empobrecendo” acrescentou Rui Chafes, que distingue os artistas como “pessoas com bolas de fogo na mão”.

“Essa bola de fogo é a incapacidade de acharmos que o mundo é normal”, explicou.

A arte foi o último dos temas em debate na Nova Ágora, promovida pela Arquidiocese de Braga, que prometeu continuar em 2017 o diálogo sobre os temas que marcam o homem moderno. Entre eles está o desporto, adiantou o coordenador do ciclo de conferências, Eduardo Duque, porque “representa emoções, um processo de comunhão e de partilha e evoca muitas emoções”.

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