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Bloco diz que contratação de Maria Luís Albuquerque "deve ser investigada"

03 mar, 2016 - 20:29

Antiga ministra foi contratada pelo grupo de gestão de crédito Arrow Global, que fez negócios com o Banif.

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A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, afirmou em Coimbra que a contratação da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque pelo grupo de gestão de crédito Arrow Global "deve ser investigada".

A contratação de Maria Luís Albuquerque pelo grupo britânico Arrow Global, que tem em Portugal clientes como o Banif, Millennium BCP ou Montepio, é "uma situação verdadeiramente inaceitável" e que "deve ser investigada", disse Catarina Martins.

"Maria Luís Albuquerque foi trabalhar para a empresa que lucrou com o que fez no Banif, ao arrastar a situação", que tem neste momento "a faca e o queijo na mão para continuar a lucrar com a forma como forem geridos os activos que ainda estão no Estado", sublinhou a porta-voz do BE.

A dirigente bloquista frisou que a ex-ministra das Finanças e actual deputada do PSD "está a trabalhar para um fundo abutre que lucra com a fragilidade do sistema financeiro português e que lucra com os activos tóxicos que estão na mão do Estado português".

Catarina Martins frisou que a Arrow Global "fez dinheiro comprando crédito mal parado ao Banif", quando o Banif "e todo o sistema financeiro era tutelado por Maria Luís Albuquerque", recordando também que este grupo britânico comprou a Whitestar, empresa "que está a avaliar neste momento os activos do Banif que o Santander não quis e que estão no Estado".

"Vamos ter a comissão de inquérito do Banif e há muitas perguntas que têm de ser respondidas", disse ainda Catarina Martins, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à AMI de Coimbra, para debater as propostas do Orçamento do Estado 2016 de combate à pobreza.

Maria Luís Albuquerque afirmou hoje que a contratação não tem "nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal" com atuais ou anteriores funções políticas.

A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque foi nomeada para directora não executiva do Arrow Global, grupo britânico de gestão de crédito, com efeitos a 7 de Março.

Segundo uma apresentação a investidores do verão em 2015, publicada na página do grupo na Internet, a Arrow Global gere em Portugal uma carteira de crédito de 5,5 mil milhões de euros, tendo entre os clientes os bancos Banif, Millennium BCP, Montepio, Santander, Banco Popular, entre outros.

No sector não financeiro, entre os clientes da Arrow Global estão as companhias de seguros Açoreana e AXA, bem como a empresa de telecomunicações Vodafone.

No ano passado, a Arrow Global adquiriu a Whitestar por 48 milhões de euros à Carval Investors, que tinha cerca de 300 colaboradores em Portugal.

A Whitestar, que operava no mercado nacional desde 2007, pertenceu ao falido Lehman Brothers e esteve depois sob gestão da consultora Pricewaterhousecoopers (PwC) até 2014, quando foi vendida à Carval.

Comentários
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  • Bela
    06 mar, 2016 Coimbra 22:14
    A culpa é de quem governa e respectiva oposição, que tão depressa "dão uma no cravo e logo a seguir outra na ferradura". Veja-se os caso das subvenções, 'reabilitadas' pouco antes das eleições presidenciais. De uma vez por todos, acabem com todos os esquemas, de duplos empregos, aos políticos e dinheiros extras, como as subvenções.
  • solução
    04 mar, 2016 Santarém 23:36
    É ou não é permitido por lei, se é há que aceitar a decisão mesmo a contragosto, se não é, há que fazer aplicar a lei, mas pelo que já foi noticiado a lei permite-o, portanto se no futuro não querem casos idênticos e já foram vários alterem a lei, mas aqui talvez já não estejam de acordo porque amanhã vai-lhes calhar a eles e assim mais vale ficar tudo como está.
  • fanã
    04 mar, 2016 aveiro 19:34
    Sem duvida que deve !........quem não deve não teme!
  • Jorge
    04 mar, 2016 Seixal 16:21
    O outro também dizia” limpinho, limpinho”. Já está a comunicação social a limpar a imagem da menina. Os Swaps foram feitos na governação do Sócrates, dizem. Não dizem é que no sector dos transportes, quem lá estava era a menina e foi ela quem fez a maior parte das negociatas. As empresas de transportes públicos iam acumulando prejuízos, porque pedia-se dinheiro emprestado para outros fins em nome destas empresas. A menina já andava a alguns anos, a preparar o terreno para dar o salto, (como muitos outros já o fizeram). Foi agora. Não foi para um lado foi para o outro. Com uma ajudinha do sector das finanças, e mais uma vez de alguma comunicação social, foi na “muge”, só que desta vez foi demasiado óbvio. Deixar um banco falir em Portugal para esta gente é “gingas” desde que se tire benefícios próprios, não há problema o contribuinte paga. Quem defende este tipo de comportamento são pessoas facciosas, sem escrúpulos, que não têm argumentos e fariam o mesmo se pudessem, típico da direitista portuguesa.
  • Alberto
    04 mar, 2016 Funchal 12:55
    O que deve ser investigado é o AUMENTO DE IMPOSTOS. Não tapem a cara a ninguém.
  • João Lopes
    04 mar, 2016 Viseu 08:32
    A invejita das "bloquistas", já vem ao de cima!
  • Luis
    04 mar, 2016 Lisboa 07:58
    Razão tem o Dr.Paulo Morais quando diz que o centro da corrupção em Portugal é a Assembleia da Republica. Diz ele e bem que o Parlamento não passa de uma autêntica agência de negócios. Somos dominados por crápulas e temos o sistema todo armadilhado. Portugal não tem futuro pois já bateu demasiado no fundo. A Partidocracia que nos domina há quarenta anos destruiu e continua a destruir Portugal. Os médias só denunciam os grandes casos de corrupção que envolvem graudos por que isso dá grandes caixas. Tudo o que é pequenos casos de corrupção com que o cidadão se confronta no dia a dia são ignorados pelos médias e pela justiça. A unica coisa que funciona extremamente bem é a corrupção. Somos uma aldeia onde nos negócios e na politica todo o mundo se conhece e onde todos são compadres uns dos outros e como mudam de tacho como mundam de camisa a teia de cumplicidades é de tal maneira extensa que é dificil de combater. Por sua vez na justiça muita gente tem cartão do partido pelo que muita coisa acontece que não deveria acontecer. Começa-se a ver na justiça aquilo que nunca se viu, espera-se que tenha continuidade e que não escape ninguém. Há processos em investigação que já têm bolor e é altura de os concluir para que não haja prescrições como já aconteceram.
  • passado adiado
    04 mar, 2016 lisboa 07:46
    afinal eu estava enganado (eu pensava que um politico nunca podia ser um "bom homem de negócios"), erro meu, um politíco nunca "falha" quando se trata do seu próprio trampolim pós política - mais, todo o seu tempo na "politica" tem um único objectivo: dar o "salto" para um "belo cadeirão" logo após o fim da "legislatura" . . .
  • Paulo
    04 mar, 2016 vfxira 07:33
    Lutem no parlamento por uma lei de incompatibilidades dos funcionários que exerçam cargos públicos.Já é tempo para essa lei sair,porque será que ninguém a propõe?
  • Pinto
    03 mar, 2016 Custoias 23:15
    Investigar para quê? Sempre houve tachos e compadrios e não é agora que vai acabar, a política hoje é feita de interesses, compadrios, influencias etc. muito Zé ninguém safou-se à custa da política, arranjaram tachos para eles, famílias e amigos, só não vê quem não andar atento. Já assisti a pessoas que entraram para a política com fins de interesses privados, é uma vergonha, a seriedade dessa gente é superficial, a política é um modo de vida com grandes vantagens. Burros são aqueles que confiam nessa gente.

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