29 fev, 2016 - 16:54 • Aura Miguel e Filipe d'Avillez
O Papa Francisco recebeu esta segunda-feira em audiência o Patriarca Ortodoxo da Etiópia, Abuna Matias I.
Francisco realçou que há mais a unir as duas igrejas do que aquilo que as separa e sublinhou que a Igreja etíope é uma “Igreja de mártires desde o início e ainda hoje, devido à violência devastadora contra os cristãos e outras minorias no Médio Oriente e em algumas zonas de África”.
Francisco aproveitou o encontro para fazer um apelo “aos que governam os destinos políticos e económicos do mundo, para que promovam uma coexistência pacífica baseada no respeito recíproco e na reconciliação, no perdão mútuo e na solidariedade”.
O Papa recordou ainda a urgente valorização do papel da mulher e o problema da falta de água “com as suas graves repercussões sociais e económicas”.
A Igreja Ortodoxa da Etiópia separou-se da Igreja universal por altura do Concílio de Calcedónia, no século V, juntamente com a Igreja Copta e a Igreja Arménia, entre outras, com as quais está ainda hoje em comunhão.
A Etiópia adoptou o Cristianismo logo nos primeiros séculos e gaba-se de ser o país cristão independente mais antigo do mundo. A Arménia adoptou o Cristianismo como religião oficial antes da Etiópia, mas perdeu a sua independência várias vezes ao longo da história. A Etiópia nunca foi colonizada em parte porque já era um país cristão antes da chegada das potências europeias. Durante a época dos descobrimentos os portugueses tiveram muitas relações comerciais e militares com a Etiópia e os seus imperadores.