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​Da "selva" à sala de aula do futuro

26 fev, 2016 - 14:07

Esta sexta-feira no espaço Euranet, passamos por Calais, onde milhares de refugiados vivem há longos meses à espera de entrarem no Reino Unido. Conhecemos as novas regras do Blue Card, um cartão com uma lógica semelhante à Carta Verde dos Estados Unidos. E vamos visitar a sala de aula do futuro.

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Visto de Bruxelas (26/02/2016)

Em Calais, há um drama humano que se agudiza há meses. São milhares e milhares de pessoas que vivem em condições sub-humanas, num gigantesco bairro de lata conhecido como “a Selva”.

Ontem, o Tribunal de Lille, em França, deu luz verde à demolição de uma parte do campo, onde esteve o jornalista Vasco Gandra, que nos traz uma descrição do que por lá se vive e que viu como, mais uma vez, é a sociedade civil, são as ONG que dão a resposta e um primeiro auxílio. Quanto aos Estados-membros e a União enquanto instituição estão a revelar-se incapazes de resolver o problema.

Espaço Schengen em perigo por falta de acção

Esta semana a tensão subiu de tom entre a Áustria e a Grécia. Os gregos estão muito zangados com os austríacos e a União Europeia por causa da forma como estão a ser tratados os refugiados. A Hungria, um dos países mais hostis à recepção de refugiados, vai submeter a questão a referendo. Entretanto, também esta semana, o Comissário Europeu da Imigração, que por sinal é grego, virou baterias para a Turquia, que vai participar numa Cimeira Europeia extraordinária daqui a uma semana.

O comissário diz que a Turquia tem 10 dias para reforçar o controlo de fronteiras. Caso contrário, o espaço Schegen fica em risco e pode acabar.

Imigração legal tem novas regras

No polo oposto deste refugiados estão os imigrantes legais. Trata-se de cidadãos de fora União Europeia que vêm trabalhar para o espaço Europeu. O Cartão Azul (Blue Card) dá acesso ao espaço Europeu e tem novas regras, explicadas neste programa pela jornalista Sandra Afonso.

Salas de aula do futuro, com apoio da Europa

Neste programa fomos, ainda, conhecer as Salas de Aulas do Futuro. São uma das apostas do Governo português, salas equipadas com novas tecnologias. A ideia que nasceu em Bruxelas, na European Schoolnet, uma organização que integra vários Ministérios da Educação de países europeus, onde é possível partilhar experiências para melhorar a aprendizagem. É uma organização que conta com o apoio de vários programas da Comissão Europeia.

Nesta altura há seis salas de aula do futuro a funcionarem em Portugal, a jornalista Manuela Pires já esteve numa delas, na escola secundária de Alcanena. Nesta sala há um enorme ecrã interactivo que pode ser usado por vários alunos ao mesmo tempo, um estúdio de televisão e fotografia, há o cantinho da robótica, uma impressora 3D, uma mesa interactiva e até um espaço chillout com puffs e uma coluna de água.

Ana Claudia Cohen é a directora da escola secundária de Alcanena e é aí que os alunos do curso profissional de multimédia têm aulas, há um mês, na sala do futuro. E já se notam resultados, por exemplo, na disciplina de História de Arte.

A directora da escola decidiu arrancar com este projecto porque notou que os resultados dos alunos do 1ª ciclo não eram os melhores, comparando com as notas do secundário. Era, por isso, urgente fazer alguma coisa para acabar com a falta de motivação e concentração, melhorar as aprendizagens para evitar o abandono escolar. A opção foi pela sala de aula do futuro. O dinheiro para comprar os equipamentos foi conseguido à custa de alguma engenharia financeira na própria escola.

Desta forma consegue-se detectar mais rápido as necessidades de cada um e, nesta altura, há em Portugal sete salas de aula do futuro, mas estão já a ser preparadas mais 24. Esta é uma aposta do Governo português, é um projecto que envolve vários ministérios da Educação e que tem financiamento por parte da Comissão Europeia.

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