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Joana Vasconcelos e Ana Vidigal, duas gerações de artistas e dois olhares para a ARCO

25 fev, 2016 - 16:07 • Maria João Costa , em Madrid

Representam duas gerações diferentes de artistas portugueses. Ana Vidigal nasceu em 1960, Joana Vasconcelos em 1971. Estão ambas presentes na ARCO em Madrid.

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A ARCO abriu oficialmente ao público esta quarta-feira, mas a feira de arte contemporânea de Madrid já está de portas abertas desde terça-feira, apenas para coleccionadores, curadores e outras personalidades do mundo cultural. As galerias fazem um esforço para cativar os compradores. Entre quem compra e vende, há também quem faça: os artistas.

É o caso de Ana Vidigal, que veio para montar a peça que mostra na galeria portuguesa Baginski. Como em todo o trabalho de Ana Vidigal, a peça fala de memória. Para a fazer, usou "rolos de desenho de arquitectura" do ateliê do pai. "Memória Descritiva" está "agrafada na parede", o que a trouxe a Madrid para garantir a sua montagem. Vidigal tem também outra peça na ARCO, uma tela numa galeria madrilena Espacio Minimo.

Na feira, os dias da artista portuguesa passam muito por apreciar o trabalho dos artistas mais jovens e pelo contacto com alguns coleccionadores. “É sempre simpático estar na ARCO por estes dias porque estão curadores e coleccionadores e se estivermos junto aos stands há um contacto pessoal", diz a artista. "É simpático, mas confesso que não gosto muito de fazer.”

Contactos é o que vem também fazer Joana Vasconcelos, que há alguns anos via como “essencial” estar na ARCO (já não vinha há oito anos). A artista, mais nova do que Ana Vidigal, tem uma peça exposta na galeria brasileira Casa Triângulo, de São Paulo, mas aproveita a feira para rever alguns galeristas, ver outros artistas e para estabelecer "outros projectos que não a feira em si".

Joana Vasconcelos não adianta grandes detalhes, mas à Renascença diz que está a preparar uma grande retrospectiva em Espanha para 2018. A artista plástica, que em 2012 expôs no Palácio de Versalhes, em França, indica que o mercado espanhol "foi o primeiro” que a “acolheu".

ARCO em Lisboa

Numa altura em que se celebram os 35 anos da ARCO e que a feira organiza por toda a cidade de Madrid diversas exposições em museus onde a arte contemporânea nem sempre, ou quase nunca, marca presença, há outro tema de conversa entre artistas e galeristas portugueses.

A ARCO Lisboa é a nova aposta da feira espanhola, que pela primeira vez vai sair das fronteiras espanholas. No recinto da ARCO, ao lado dos mapas desta edição de Madrid, há publicidade à edição portuguesa da feira, marcada para os dias entre 26 e 29 de Maio, na Cordoaria Nacional, em Lisboa.

Joana Vasconcelos espera que a ARCO Lisboa "crie uma dinâmica no meio artístico português". “Espero que seja desta que as coisas arranquem", acrescenta.

Como Portugal "não tem estrutura organizativa a nível de galerias para suportar os orçamentos de uma feira”, é "óptimo" uma estrutura como a ARCO fazer uma feira mais pequena em Lisboa, diz Ana Vidigal. Mas, com a experiência de quem vem há 30 anos à ARCO de Madrid, alerta que o sucesso "depende do que a feira de Lisboa oferecer aos coleccionadores". Porque "os coleccionadores não caem do céu".

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