10 fev, 2016 - 07:17
Na resposta a um veemente apelo dos patriarcas do Iraque e da Síria, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) convocou para esta quarta-feira de cinzas uma jornada de jejum e oração pelos cristãos perseguidos nesses países.
O pedido foi enviado por carta pelos patriarcas caldeu, Louis Raphael Sako, e melquita, Gregorios III Laham, em dois textos expressivos descritos à Renascença pela presidente da AIS, Catarina Bettencourt Martins.
Da Síria, devastada pela guerra civil há cinco anos e onde se contam milhões de deslocados das suas casas, o patriarca Gregorios escreve que “dia após dia, a nossa fé é posta à prova”. “Vemos o sofrimento das crianças e a agonia dos pais. Estamos rodeados pelo ódio e pela morte. Desejamos apenas conseguir voltar a viver em paz na nossa amada pátria.”
Na carta enviada pelo patriarca do Iraque, Raphael Sako também descreve o sofrimento de sua comunidade. “Quem podia deixar o Iraque já o fez. Milhares de crianças nos campos de refugiados passam fome, mas têm sobretudo sede de futuro: querem uma escola e uma casa.”
À Renascença, Catarina Bettencourt Martins diz que “não foi possível ficar indiferente a estes apelos”. “Mais uma vez eles nos pediam, por favor, para nesta quarta-feira, início de Quaresma, não nos esquecermos e estarmos unidos a eles.”
A Ajuda a Igreja que Sofre estende a todos o convite à jornada de jejum e oração pelos cristãos perseguidos no Médio Oriente, nesta iniciativa intitulada “Carregarás a cruz deles por um dia?”, convocada nos 21 países onde actua.
“Pedem a toda a AIS no mundo para dinamizar este dia de oração, em particular por estes dois países e por estes cristãos que estão a sofrer e a passar por dificuldades que nós não conseguimos imaginar”, sublinha a presidente da fundação.
Para Portugal está marcada a oração do terço na Igreja da Encarnação, em Lisboa, pelas 18h30, a que se seguirá a celebração da Missa pela mesma intenção. A AIS convida também à utilização das hashtags #fastandpray #carrythecross #AshWednesday para assinalar o dia.
Desde o início do conflito na Síria, em Março de 2011, a AIS realizou projectos de apoio às populações da Síria e do Iraque no valor de 27 milhões e 670 mil euros.