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Caso de doente que morreu à espera de cirurgia no S. José é "lição sobre cortes na saúde"

20 jan, 2016 - 11:11

Ministro da Saúde diz que o anterior Governo "tentou valorizar menos o impacto dos cortes" e tinha visão "relativamente fundamentalista dos cortes".

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O ministro da Saúde afirmou, esta quarta-feira, que o caso da morte de um jovem no hospital de São José é uma lição sobre os cortes e de como estes "não são perigosos pela sua plenitude, mas pela falta de selectividade".

Adalberto Campos Fernandes está a ser ouvido pela primeira vez na Comissão Parlamentar da Saúde como ministro da Saúde, numa audição solicitada pelo PCP a propósito do caso de David Duarte, que morreu na madrugada de 14 de Dezembro após ter dado entrada no São José com um aneurisma roto.

Para o ministro, que acredita que as investigações em curso irão esclarecer o que efectivamente aconteceu no atendimento do jovem, "havia que ter tido a atenção e diligência" de perceber que seria "pouco prudente" deixar de existir uma resposta, tal como havia até 2013.

Sobre os cortes orçamentais e o seu impacto na resposta da Saúde, Adalberto Campos Fernandes disse aos deputados que "é tão errado culpar os cortes, como dizer que não têm qualquer efeito".

"Em toda a parte do mundo, quando expomos um país a um quadro de empobrecimento, quando agravamos as condições de vida das pessoas, criamos condições para que a saúde das pessoas piore", adiantou.

Adalberto Campos Fernandes recordou que a união entre a pobreza e a doença é "o único casamento que não se dissolve". O ministro reconheceu que "os países não passam só por bons momento", defendendo que, " perante quadros de restrição financeira, há sempre a possibilidade de escolhas diferentes".

Sobre o anterior Governo, disse que este "tentou valorizar menos o impacto dos cortes" e que tinha uma visão "relativamente fundamentalista dos cortes".

Ainda sobre este caso da morte no Hospital São José, Adalberto Campos Fernandes lamentou a sua excessiva mediatização e afirmou que na gestão deste tipo de casos tem sido ofendida a dignidade de 120 mil profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"O SNS não é só algo que proclamamos em momentos festivos. É algo que os portugueses respeitam e temos de fazer alguma coisa para recuperar o prestígio e a boa imagem do sistema", disse.

Este caso está a ser apreciado na comissão parlamentar de saúde. O paciente, de 29 anos, morreu após ter dado entrada no São José com um aneurisma roto. Morreu depois de esperar três dias por uma cirurgia que urgente.

Comentários
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  • JULIO
    20 jan, 2016 vila verde 12:54
    Estes da geringonç a fazer cubertura ao pé ssimo funsiunamento do parasitismo do estado deicham morrer poeque lhe fatam uns trocos ASSACINOS
  • Alberto Martins
    20 jan, 2016 Lisboa 11:54
    Pois é senhor ministro, além dessa morte e das mortes nas urgências e nas estradas(falta de condições do INEM) no Inverno de 2014/2015, devido aos cortes cegos na saude, muito para além do que a troyka exigia, temos também as mortes resultantes dos mesmos cortes e que não foram mediaticos... O sr. ministro não acha que no lugar de estar a atenuar a actuação do governo anterior nomeadamente o seu ministro da saude Dr. Macedo, deveria colocá-los em tribunal por Homicidio por negligência no minimo?

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