23 jul, 2024 - 11:23 • Olímpia Mairos
“Corresponsáveis ao serviço da missão” é o tema do próximo ano pastoral da Diocese de Vila Real, inserido no lema geral “Caminhar juntos, renovar a esperança”.
Segundo o bispo diocesano, D. António Augusto Azevedo, “todos, clérigos e leigos, homens e mulheres, jovens e adultos, são chamados a assumir o seu lugar na comunidade cristã, a trabalhar em conjunto, segundo as suas capacidades, para que ela possa estar à altura da missão que Deus lhe confiou”.
Pretende-se, no fundo, fazer caminho com todos, com vista a uma Igreja mais aberta, mais participativa e mais acolhedora.
“Um plano é sempre isso, orientações, reflexões, que se traduzam em passos concretos na vida da Igreja e das comunidades, porque a Igreja não é uma realidade teórica, são comunidades concretas em cada circunstância social e geográfica e, neste caso, do nosso plano e das suas prioridades, julgo que deverá resultar exatamente uma igreja mais aberta, mais participativa, também mais inclusiva, mais acolhedora”, aponta.
Neste sentido, o plano pastoral apresenta algumas prioridades para toda a diocese: renovar as comunidades em espírito sinodal, orientando-as no sentido da missão e revitalizar a liturgia.
“Um pouco na linha do que foi aquele belo desafio que o Papa Francisco deixou em Fátima, em 2017, já vão 7 anos, que sonhava com a Igreja com um rosto renovado: um rosto de alegria, um rosto fraterno”, explica.
“E é isso que nós também desejamos”, sublinha D. António Augusto, lembrando que “estas coisas, vão-se fazendo por pequenos passos e, portanto, também aqui, voltando ainda ao Papa Francisco, muito mais do que grandes ambições, gigantes projetos que ficam só em textos bonitos, que, depois, não têm qualquer relevância prática, aqui trata-se de coisas pequenas, concretas, para que se deem passos concretos de evolução e de abertura com todos”.
No desejo e propósito de uma Igreja renovada, mais aberta e acolhedora, o bispo de Vila Real aponta à renovação comunitária, ao desenvolvimento do sentido de pertença à comunidade e ao aprofundar do papel dos leigos.
“Nós valorizamos muito na Igreja, temos necessidade da dimensão sacerdotal do sentido ministerial, e tivemos, felizmente, agora, dois novos padres e essa é uma dimensão importantíssima, mas é importante para a tal igreja renovada valorizar também o outro pólo que é a dimensão laical”, defende.
Sublinhando que “esta diocese tem nas suas comunidades muitos e excelentes leigos e leigas, gente com muita qualidade a participar”, o responsável diocesano acalenta o desejo de que “outros que têm essas capacidades ainda participem mais” e, dentre esses, destaca “o papel das mulheres, que é um papel importantíssimo nos vários campos, na liturgia, na catequese, na área social”.
Outro desejo do prelado é que os jovens assumam o seu papel na Igreja, se envolvam e participem mais e, por isso, desafia as comunidades a serem mais acolhedoras dos jovens.
O acolhimento e a integração dos muitos imigrantes que estão a chegar a este território é outro desafio que se deve tornar compromisso para todos os cristãos. E aqui, D. António Augusto nota que as comunidades já estão a fazer este trabalho.
“Eu verifico nas visitas que as comunidades estão a receber. Isso vê-se nas eucaristias, nas catequeses. É um enriquecimento para a Igreja”, realça, pedindo que se receba quem chega como “alguém da família que vai tornar a família melhor”.
O bispo da Diocese de Vila Real quer que as comunidades sejam mais eficazmente evangelizadoras (e evangelizadas) e, nesse sentido, diz que “é fundamental reforçar as estruturas de participação”.
“O pleno funcionamento (ou criação) dos conselhos pastorais e económicos é uma forma de dinamizar essa participação. É necessário ousar uma pastoral mais aberta, acolhedora, feita a partir de um trabalho conjunto, envolvendo as várias aldeias, grupos e instituições que fazem parte da mesma paróquia”, defende.
Na visão de D. António Augusto Azevedo, “é imperioso, no presente e no futuro, fomentar uma pastoral mais interparoquial e valorizar as iniciativas da cariz arciprestal. Para a sua renovação e dinamismo, a Igreja precisa de ser mais colaborativa e sinodal”.
“Uma outra prioridade que merecerá especial cuidado no próximo ano é a revitalização da liturgia comunitária. A celebração dominical foi e será sempre o centro da vida da Igreja, porque é a celebração da Páscoa de Cristo. Para favorecer uma liturgia mais bela, digna e significativa, é necessário promover uma maior participação laical e valorizar os vários ministérios que servem a liturgia”, aponta.
A formação dos leigos é outra das prioridades para o próximo ano pastoral. Nesse sentido, o Centro Católico de Cultura vai disponibilizar um curso básico de teologia com a duração de três anos, aberto a todos os que desejem adquirir bases teológicas.
“Sabemos que há muita gente interessada, que gosta sempre de saber mais, de conhecer mais, e a teologia tem muitos âmbitos específicos e, portanto, nós esperamos que seja também uma boa oportunidade de formação”, observa.
Por fim, D. António Augusto renova o convite para a peregrinação diocesana a Fátima, no dia 5 de outubro, em sinal de ação da graças a Maria, pela celebração do centenário da diocese.