03 nov, 2015 - 13:54 • Filipe d'Avillez
A Santa Sé anunciou esta terça-feira a renúncia do bispo Oscar Domingo Sarlinga, da diocese de Zárate-Campana, na província de Buenos Aires, na Argentina.
O bispo Sarlinga tem apenas 52 anos mas no passado domingo anunciou aos seus fiéis, no final da missa, que seria a última vez que celebrava na diocese, uma vez que tinha pedido à Santa Sé a sua substituição e que lhe fosse dado um período especial “para fazer um tempo de oração”.
O Código do Direito Canónico obriga os bispos a apresentar a sua renúncia aos 75 anos, mas antes dessa idade é raro um bispo ser retirado, a não ser que seja para ser nomeado para outra ou para uma posição na Santa Sé, por exemplo. As excepções são normalmente casos de problemas de saúde ou de problemas de natureza administrativa ou legal.
Segundo a imprensa argentina, que cita as explicações dadas pelo representante diplomático da Santa Sé em Buenos Aires, Sarlinga terá saído por problemas administrativos. Recentemente viu-se envolvido numa polémica relacionada com a compra de um imóvel para hospedar uma associação civil apadrinhada por ele, indica o jornal argentino “La Nación”. Ao longo dos últimos anos a sua diocese tinha sido alvo da intervenção de uma “missão fraterna” enviada pelo Vaticano para avaliar a situação administrativa.
Para a diocese de Zárate-Campana o Papa nomeou o bispo Pedro María Laxague, de 63 anos.
Outros casos
Esta não é a primeira vez que o Papa Francisco aceita a resignação de um bispo por problemas de administração.
Um dos casos mais conhecidos foi do bispo de Limburg, Franz-Peter Tebartz-van Elst, acusado de ter gasto milhões de euros a construir uma residência episcopal de luxo. A sua resignação foi aceite em Março de 2014, quando tinha apenas 54 anos.
Em finais de Setembro de 2014 foi também notícia a remoção forçada, uma vez que se recusou a resignar de livre vontade, de Livieres Plano, um bispo no Paraguai, acusado também de problemas administrativos. Na altura, Livieres Plano estava tinha 69 anos.