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Assunção Cristas: “Inspirei-me em Jesus, que nunca teve medo de se meter com gente pouco recomendável”

29 out, 2015 - 18:53 • Eunice Lourenço

Na segunda sessão das Conversas sobre Deus, a ministra da Agricultura contou como a sua fé é “indesligável” da vida e a ajudou a decidir entrar na política.

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Áudio: O essencial da conversa

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“Faz parte de ser católica aceitar outros caminhos” e, por isso, quando se colocou a Assunção Cristas a proposta de seguir o caminho da política, a agora ministra fez o que costuma fazer na vida: procurar em Jesus Cristo o exemplo e a fonte de discernimento. E não teve medo das más companhias. “Inspirei-me em Jesus que nunca teve medo de se meter com gente pouco recomendável”, afirmou a ministra da Agricultura na segunda sessão das Conversa sobre Deus, na Capela do Rato, em Lisboa.

A conversa, moderada por Maria João Avillez, começou pela infância da dirigente do CDS, quando “a fé foi transmitida na ternura dos afectos familiares”. Um tempo em que a avó assumiu um papel de transmissora de fé e de tradição, em que o que valia era o Menino Jesus e o Pai Natal só foi aceite como “ajudante”, e a mãe teve sempre como que um papel de alerta de consciência, com o “hábito de chamar a atenção para a responsabilidade na aplicação dos talentos” e para a prática da caridade.

Depois, no Colégio do Bom Sucesso, Assunção Cristas foi evoluindo para a imagem de “um Deus amigo, acolhedor, que perdoa todos os nossos pecados”.

“Ao longo do tempo e da vida, fui tendo uma relação diferente com as três pessoas da Santíssima Trindade”, afirmou a ministra, assumindo que “foi o Espírito Santo o que chegou mais tarde”, já na adolescência e muito por influência de um professora de Físico-química.

Para Assunção Cristas, Jesus é “um companheiro de vida, um exemplo e um filtro de acção” e o Espírito Santo é “um companheiro mais íntimo” a quem pede “muita sabedoria, iluminação e discernimento”, a quem recorre sempre que fala em público para que lhe dê as palavras que cheguem ao coração de quem a ouve. “Deus é o Pai, aquele que desejo, aquele que está à nossa espera e um dia vou poder aninhar-me no colo d’Ele. Deus alimenta-nos num desejo de chegar a Ele”, continuou a ministra, que não se imagina sem fé.

Fé como “caminho de felicidade e alegria"

Claro que tem dúvidas, assumiu Assunção Cristas perante o auditório, que claro se questiona se tudo isto não passa de uma ilusão. Não importa, responde: “Se nada disto for verdade, eu sou muito feliz assim.”

Por isso, e porque acredita e experimenta que “a fé é, de facto, um caminho de felicidade e de alegria”, o que mais pede para a sua família é a fé.

Uma fé assim entendida e vivida interfere nas opções do dia-a-dia e nos dias de grandes opções. Foi assim quando se colocou a hipótese de entrar para a política, os convites para integrar o CDS, ser deputada e ser ministra.

“Nós trilhamos uns caminhos, a vida traz outros e faz parte de ser católica aceitar outros caminhos”, afirmou Assunção Cristas, que, antes de entrar para a política, apostava na sua carreira académica e no exercício de advocacia. Tem saudades do silêncio e do tempo para estudar, investigar, aprofundar conhecimentos, mas também assume que se sente “muito feliz” na política (e “pode acontecer fazer política a vida toda”).

Não se assustou com os riscos de mau nome e más companhias de quem se mete na política porque Jesus também sempre fez questão de se misturar com todos. E também não se condiciona com os efeitos que a dedicação à política podem ter no tempo para o marido e os quatro filhos.

“Sinto que estas horas gastas em prol de todos são mais facilmente justificáveis do que se estivesse a trabalhar só para mim ou para a minha família”, afirmou Assunção Cristas, a mulher, mãe e ministra para quem “o que é indesligável é a nossa relação com Deus”.

De Maria de Belém a Carminho

As "Conversas com Deus", conduzidas por Maria João Avillez, prosseguem na próxima quarta-feira, dia 4 de Novembro, com Marcelo Rebelo de Sousa. As restantes, até 16 de Dezembro, serão com Maria de Belém, Fernando Santos, Pedro Mexia, Carminho, Henrique Monteiro e João Taborda da Gama.

Esta é uma iniciativa da Capela do Rato, com o patrocínio da Renascença, que transmite o essencial de cada conversa às quintas-feiras, entre as 22h00 e as 22h30.

Comentários
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  • manuel
    06 ago, 2016 us 04:06
    so o que jesus nao gosta prefundamento e o abordo seija como jesus seija contra o abordo este mundo nao e nosso pertence a deus ele a que nos criou?
  • manuel soares
    27 jul, 2016 us 14:47
    se quer ser mais com jesus? TOTALMENTE SEIJA CONTRA O ABORDO
  • manuel soares
    24 jul, 2016 us 02:49
    o meu comentario e para a sr. ministra da agricultura...... em que ela se referiu ao abordo como se fosse uma limpeza egienica..... agora digo donde veio essa senhora que moral tem ! ta chegou a ministra como pode dizer um a coisa destas aquilo que e mais sagrado a vida. os proprios animais nao sao assim ta a falar de jesus e crer no abordo ora o estrume que se poe na terra tem mais proposito do que entemdimento de essa senhora que deus lhe perdoa....nem capricho e?
  • 09 nov, 2015 01:22
    Tudo serve para enganar o Zé
  • Henriqueta Cabral
    07 nov, 2015 macedo de cavaleirosh 15:32
    O QUE MAIS DETESTO EM CERTOS POLITICOS USAR A SUA INFLUENCIA PARA ARRANJA LUGARES AOS AMIGOS.
  • Luis Rocha
    06 nov, 2015 Lisboa 12:20
    Sem duvida um relato em que também me revejo, retratou as três pessoas da santíssima Trindade, Pai Filho e Espirito Santo, muito bem em que cada uma delas atua na nossa vida da forma como a Srª Ministra Assunção Cristas descreveu. A fé ajuda-nos a discernir e resolver as nossas vidas do dia a dia.
  • Manuel Caetano
    05 nov, 2015 Messejana 22:38
    somos por natureza um país de Crentes e de familia.Isso define-nos como seres.o que somos e a forma como andamos na vida em todos aspectos.,há no entanto quem não o seja e quem já o tenha querido destruir como de foi o caso desse homenzinho do ps sampaio,mas não mas desses não reza a história.Deus a Ajude Assunção Cristas.sou de igual forma Crente e as linhas que me conduza são as mesmas foi graçasa Deus a educação que tive e não me deixei influênciar por outras formas menos correctas da vida social
  • Salete Valente
    05 nov, 2015 Vila Real 12:27
    Sou proveniente de uma família de oito irmãos, criada e habituada a ouvir falar de Deus e das suas maravilhas. Quando o meu irmão me enviou o email, estava na escola e não resisti e abri. Tocou-me o testemunho público da Sr.ª ministra, Dª Assunção Cristas e nas palavras sábias e poéticas quando se referiu às pessoas da Santíssima Trindade. Revi-me nas suas palavras, porque não imagino a minha vida, como mãe de dois jovens, como professora e como esposa de um homem que não é crente e não me auxilia nas tarefas domésticas, sem a fé num Deus justo e complacente com todos, mesmo com aqueles que nos fazem mal? Como posso viver num mundo, nesta aldeia global que é o planeta terra, cada vez mais " cruel", individualista, materialista, virado do "avesso", onde tudo vale e já não se respeita a " palavra" ( tal como o meu pai me ensinou), se não me refugiar, apoiar nos valores e doutrina cristãos? É impensável! Como cristã, peço a Deus pelos meus filhos, pelos jovens em geral, pelos meus alunos e, sobretudo, que Ele me dê inteligência e paciência para suportar a "cruz" da Vida, porque de facto, ela não é mais do que " um vale de lágrimas", não obstante os momentos fugazes de felicidade que vamos tendo ao longo deste nosso percurso de vida. Ao ler este testemunho, fiquei mais consciente de que ser católico não é só para a gente " pobre e humilde" !
  • Conceição Vicente
    04 nov, 2015 Porto 22:22
    PARABÉNS!!! Dra Assunção Cristas!!! Adorei a sua entrevista. A sua transparência e sinceridade revelaram totalmente a pessoa que a Dra é. Que pena não deixarem trabalhar quem verdadeiramente procura o bem comum! É aquilo que Deus mais quer para os seus filhos, que somos todos nós e é O ÚNICO que dá sentido à nossa vida. Peço as melhores Bênçãos de Deus para si, para a sua família e seu trabalho. Muito obrigada!
  • 02 nov, 2015 18:02
    Grande Senhora e mulher, se tivessemos muitas como ela isto andaria melhor. Continue a trabalhar com estas convicções que acima expôs. Parabéns

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