20 out, 2015 - 12:12 • Aura Miguel
O Papa Francisco está envolto numa polémica porque, segundo os jornais italianos, terá encorajado o líder radical comunista italiano Andrea Alzetta, também conhecido por “Tarzan das ocupações”, a continuar a sua acção. Ou seja, a ocupar casas vazias em defesa dos que não têm casa.
Em Agosto, Alzetta ocupou uma quinta em Castelgandolfo, propriedade da Câmara de Roma, e escreveu nessa altura uma carta ao Papa. Poucos dias depois, o italiano, também campeão de artes marciais, recebeu uma resposta, assinada por um colaborador de Francisco com palavras de compreensão e encorajamento.
Ambas as missivas estão publicadas pela imprensa. De acordo com o “The Guardian”, Andrea Alzetta diz-se agradecido pela oportunidade “de informar o Papa sobre as condições que várias centenas de famílias em alojamento de emergência” e apela à sua sensibilidade para o problema da exploração de imigrantes e famílias sem-abrigo por parte do que chama de “máfia do capital”.
A carta de resposta encoraja Alzetta a prosseguir a sua acção.
Andrea Alzetta lidera o grupo Action Diritti in Movimento, que se diz representante das famílias em “alojamento de emergência”, e tem vários processos em tribunal por ocupações abusivas e invasão ilegal de propriedade privada, entre outros crimes.
O Vaticano minimiza o assunto, uma vez que não foi Francisco a assinar a carta, mas na imprensa há vários comentadores a afirmar que, se o Papa legitima ocupações deste tipo, então o melhor será começar pelos próprios apartamentos da Santa Sé.