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Eduardo Catroga. "Costa tem oportunidade para mostrar que é um líder à altura de Mário Soares"

13 out, 2015 - 08:19 • André Rodrigues

Antigo ministro das Finanças defende, em declarações à Renascença, que o líder do PS faz “jogo perigoso” ao admitir uma aliança com a esquerda.

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Eduardo Catroga não tem dúvidas: só um acordo entre Passos Coelho e António Costa permite uma solução de governabilidade estável. Em declarações à Renascença no dia em que ambos os líderes voltam à mesa das negociações, o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva admite que o líder socialista pode ficar numa situação “muito difícil” caso não tenha abertura para dialogar com Passos Coelho.

Catroga fala mesmo de “jogo perigoso” e “metodologia negocial incorrecta” por parte de António Costa, ao não excluir a formação de um governo com Bloco de Esquerda e PCP, quando “nem sequer devia pôr em causa a coligação vencedora das eleições”.

“António Costa tem agora uma oportunidade de demonstrar que é um líder à altura de Mário Soares”, diz.

Costa mais desconfortável que Passos

Se é verdade que, em 41 anos de democracia, tem recaído sobre o partido mais votado a responsabilidade para formar governo, a Constituição permite outros cenários que atendam à realidade parlamentar.

A 4 de Outubro, PSD e CDS juntos obtiveram maioria relativa, mas, face à expressão eleitoral da esquerda, são insuficientes para aprovar leis, logo para governar.

Eduardo Catroga sublinha, no entanto que, ao não excluir um governo com Bloco e PCP, “António Costa está a depender de partidos da esquerda dura e de oposição ao PS. É uma posição muito mais desconfortável do que a posição teórica de Pedro Passos Coelho”.

E continua: “O Partido Socialista é um partido europeu, portanto todos os compromissos que assume são no quadro da União Europeia e da Zona Euro, ao contrário do que acontece com os partidos à esquerda do PS”.

Daí que eventuais compromissos entre Passos e Costa estejam à mercê de “um ou outro retoque” de ambos os lados, mas “sem falhar no essencial”. E o essencial para Catroga é que, no fim de contas, “os mercados financeiros não percepcionem risco". "Seria muito mau para a economia e para a sociedade portuguesa se, de um momento para o outro, as taxas de juro começassem a subir, com prejuízo grave para as famílias e para as empresas”.

E conclui, esperando que “o bom senso prevaleça”. O mesmo é dizer, para Eduardo Catroga, “um entendimento entre PS e PSD”.

Coligação ou incidência parlamentar? Tanto faz

Já quanto à fórmula de um eventual entendimento entre Passos Coelho e António Costa, Eduardo Catroga diz que é indiferente: coligação ou acordos de incidência parlamentar, qualquer das soluções serve para alcançar os consensos necessários.

“As duas alternativas estão sempre em aberto. O que é fundamental é que os partidos estejam receptivos aos apelos do Presidente da República que pede entendimentos no sentido da estabilidade”.

Eduardo Catroga recorda que “já em Julho de 2013 [PSD e PS] estiveram quase à beira de um acordo de médio prazo sobre algumas questões estratégicas relevantes para a economia e para a sociedade". O acordo "acabou por ser rejeitado por uma facção dentro do Partido Socialista”.

O antigo ministro espera que “esta nova oportunidade de acordo não seja inviabilizada por razões meramente ideológicas”.

Comentários
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  • matos
    15 out, 2015 feira 19:24
    O SR COSTA , se qualquer coisa corre-se mal havia de pagar a fatura mas era do bolso dele e dos comunistas.e nao o ze povo essa lei tem que sair na republica.
  • Indignado
    15 out, 2015 Tomar 19:14
    Costa faz jogo perigoso..., mas Catroga diz coisas perigosas e absurdas, como elogiar um dos grandes responsáveis pela criminosa descolonização, pelo descalabro económico de Portugal, pelas bancarrotas de 77 e de 83 ou do enorme défice. Mário Soares tem fortes culpas..., como elogiar tal medíocre figura?
  • maria
    14 out, 2015 porto 20:20
    ó Sr. ex ministro o Sr. não deve sequer abrir a boca tenho vergonha de si. e de todos quanto estão a sacar aos milhões um país tão pobre miseravel você não leva nada para a coba. , amigo
  • Já falta pouco
    13 out, 2015 Lx 19:54
    ...para tirar esta direita que empobreceu Portugal do governo para fora. Chega de miséria, enquanto víamos os ricos ficarem cada vez mais ricos. Haja alguém que defenda o povo e os interesses do povo. A direita provou que não o sabe fazer. Que se dê agora oportunidade à esquerda, para mostrar o que vale. Nunca aconteceu uma coligação de esquerda no nosso país. Ninguém pode dizer se vai ser pior ou melhor. Mas aquilo que a direita provocou em Portugal nos últimos 4 anos, está à vista de toda a gente. E por isso mesmo, o povo votou, inequivocamente, à esquerda. Dando um cartão amarelo à direita. Agora Costa dar-lhe-á o segundo.
  • Sugestão
    13 out, 2015 port 19:54
    Em vez de escreverem "antigo ministro das finanças", por que não escreverem "negociador com a troika, pelo PSD"...foi um "cargo" muito mais recente!
  • Clara
    13 out, 2015 Amora 19:49
    Estes papistas estão todos aflitos, tem medo de perder os seus enormes tachos como o deste artista, deviam ter vergonha e ficar caladinhos, venderam o país ao desbarato, querem ser os donos para nos aplicar ainda mais austeridade, mas é só para o povo a eles não lhes toca, a inteligência só cabe na cabeça deles, não pode haver alternativas neste país para estes artistas papãos e retrógrados. FORÇA ANTONIO COSTA
  • Pois tem! Tem!
    13 out, 2015 pt 19:02
    É colocar a coligação do poder para fora e rapidamente! Ó Catroga vai para a Coelha e descansa!
  • roger
    13 out, 2015 sintra 18:22
    E se este "pentelhos" austeritario virtuoso se calasse? tem receio de perder o tacho?
  • Eborense
    13 out, 2015 Évora 17:59
    Falso! Quem tem esse discurso da comunada é o Sócrates, que é muito mais honesto com que foi o Salazar.
  • Eborense
    13 out, 2015 Évora 17:55
    Caro Miguel Sousa. Assino por baixo o seu comentário. Nem mais!

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