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Fátima

Ouro e diamantes. Imagem da Virgem tem valor material superior ao conhecido

12 out, 2015 - 19:40

Escultura é "ricamente decorada com ouro de 22 quilates e com incrustações de diamantes e outras gemas", indica estudo.

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A imagem da Virgem que se encontra na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, está em bom estado de conservação e o seu valor é superior ao conhecido, referem as conclusões de um estudo reveladas esta segunda-feira

O estudo tem vindo a ser elaborado desde 2013 pelo museu do santuário e pelo Laboratório de Conservação e Restauro do Instituto Politécnico de Tomar.

Realizado através de vários métodos tecnológicos, na sua maioria “não invasivos”, o estudo permitiu concluir que a escultura “é ricamente decorada com ouro de 22 quilates e com incrustações de diamantes e outras gemas”, revela um documento apresentado esta segunda-feira na conferência de imprensa que antecedeu o arranque da peregrinação de Outubro.

Segundo o documento, conhece-se assim de forma pormenorizada a composição da estrutura do suporte de madeira – estruturalmente constituído por um módulo principal disposto na vertical, que vai desde a cabeça à base – e a localização das cavidades internas da peça “permitindo maior segurança em futuras intervenções” que possam vir a ser necessárias. Por outro lado, há agora “consciência das várias intervenções de restauro”.

Pequenos danos

O estudo revela que a escultura de Nossa Senhora de Fátima, que José Ferreira Thedim criou, por encomenda, em 1920, está em bom estado de conservação. No entanto, “apresenta pequenos danos no revestimento polícromo, como estalados, fissuras, desgastes e destacamentos pontuais da camada estratigráfica”.

Os danos detectados “resultam essencialmente do manuseamento e deslocação da Imagem em contexto litúrgico, assim como das condições ambientais, de temperatura e de humidade relativa, a que está diariamente sujeita”, resultando do estudo “um conjunto de recomendações” que visam a redução do impacto dos factores de risco a que a escultura está exposta.

Neste momento, revela o documento, “as equipas envolvidas estão a preparar um plano de conservação, a fim de garantir a manutenção do seu bom estado de conservação, assim como a desaceleração dos processos de degradação”.

Na conferência de imprensa, o reitor do santuário garantiu que não se pretende “de forma alguma, uma musealização da imagem que a retire” da função do culto, mas admitiu que as circunstâncias em que está exposta “levantam problemas de conservação”.

“Protegê-la em redoma é o que já acontece, protegê-la numa redoma que a isole um pouco mais é o elemento que podemos trabalhar e que vamos trabalhar”, disse o padre Carlos Cabecinhas, sem, contudo, prescindir do seu uso nas procissões.

Relativamente ao valor da escultura, o sacerdote disse ser “incalculável”, já que, a todos os aspectos contabilizáveis, há que somar o valor da veneração dos peregrinos.

A escultura é o tema em destaque no último número da revista Fátima XXI, do santuário, apresentado esta segunda-feira.

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