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Grupo apela a Rui Moreira que arborize cinco quilómetros de ruas até final do mandato

14 jun, 2023 - 19:22 • Lusa

O GARRA apela ao autarca independente que defina os "recursos necessários" para implementar o plano depois de terminado o seu mandato e que apresente, de dois em dois anos, um balanço da implementação do plano à Assembleia Municipal do Porto.

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O Grupo de Ação para a Reabilitação do Ramal da Alfândega (GARRA) apelou hoje ao presidente da Câmara do Porto que assuma o compromisso de arborizar "pelo menos" cinco quilómetros de ruas prioritárias até ao final do mandato. .

Numa carta aberta enviada ao presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, o GARRA afirma que o município "deu um passo importante com a elaboração e publicação do Plano de Arborização da Cidade do Porto", o qual considera ser "cientificamente robusto", mas com um "âmbito relativamente limitado" ao centrar-se nas vias urbanas. .

"O horizonte de aplicação do plano é de 20 a 30 anos, mas, pelo menos para já, o município não apresentou metas, responsabilidades, recursos e acompanhamento desta transformação", afirma, destacando que "nada está definido sobre quando e onde a arborização vai acontecer". .

"Isto parece-nos pouco ambicioso", observa.

O grupo, que defende que o plano "não pode correr o risco de ser esquecido e abafado pelo tempo, morto pelas mudanças eleitorais ou enterrado por falta de recursos ou planeamento", apela a Rui Moreira que "assuma o compromisso" de, até ao final do mandato, arborizar pelo menos cinco quilómetros de "ruas prioritárias".

A par deste compromisso, o GARRA apela ao autarca independente que defina os "recursos necessários" para implementar o plano depois de terminado o seu mandato e que apresente, de dois em dois anos, um balanço da implementação do plano à Assembleia Municipal do Porto.

"Há que estabelecer compromissos mais firmes em prol da arborização da cidade! Para além disso, é necessário um esforço contínuo e uma significativa melhoria, na gestão do parque arbóreo existente nas ruas da cidade", defende o grupo. .

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente e vereador com o pelouro do Ambiente, Filipe Araújo, explicou a 17 de maio que o plano visa "orientar" e "auxiliar" o município a adequar as espécies vegetativas ao espaço público, definindo os "requisitos" para arborizar em determinadas zonas da cidade. .

Coordenado pela Associação Biopólis, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), com o apoio do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do território, o plano municipal é uma "orientação para os programas de arborização de ruas, avenidas e outros espaços" na cidade. .

De acordo com o plano, na cidade do Porto, existem 191 quilómetros de ruas arborizáveis, 156 quilómetros de ruas arborizadas e 377 quilómetros de ruas não-arborizadas. Das ruas já arborizadas, 23,9% têm espécies inadequadas e 7% contêm espécies infestantes/exóticas. .

O plano permite assim "adequar o espaço da arborização ao espaço público disponível", relacionando "espaços e espécies de modo concordante para um período de 20-30 anos". .

"Não é uma perspetiva apenas de espaço público e ordenamento", referiu Filipe Araújo, notando que o plano enquadra-se com outros fatores, como com os corredores de ventilação, as zonas onde há maior degradação da qualidade do ar na cidade e as alterações climáticas.

"Este é um plano estratégico e muito importante na perspetiva de longo prazo de aumentarmos a floresta urbana", destacou o vice-presidente.

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