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Presença da Turquia em reunião de Lviv pode representar um retomar das negociações de paz, diz especialista

18 ago, 2022 - 22:44 • Isabel Pacheco com Redação

Questionada sobre a posição do presidente da Ucrânia, que esta quinta-feira voltou a reiterar que só haverá negociações com retirada de tropas russas, Sandra Fernandes diz que o chefe de Estado não se move "da sua posição desde o início da guerra" e que continua a defender a recuperação da soberania territorial na íntegra.

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A especialista em Relações Internacionais Sandra Fernandes acredita que a presença da Turquia na reunião em Lviv, em que também participaram Volodymyr Zelensky e António Guterres, é um elemento "distintivo" que pode querer dizer que há uma possibilidade de retomar as negociações pela paz, entre Ucrânia e Rússia.

À Renascença, a professora da Universidade do Minho (UM) explica que pode haver um diálogo sobre "a solidificação do comércio marítimo dos cereais" e, por outro lado, a Rússia voltar a sentar-se à mesa das negociações para a "desmilitarização da central nuclear de Zaporíjia.

"Por um lado, a implementação de um acordo que está difícil de materializar - os cereais - e, por outro, um diálogo necessário em torno de uma questão urgente e perigosa - que é um risco de um acidente nuclear", detalha.

Questionada sobre a posição do presidente da Ucrânia, que esta quinta-feira voltou a reiterar que só haverá negociações com retirada de tropas russas, Sandra Fernandes diz que o chefe de Estado não se move "da sua posição desde o início da guerra" e que continua a defender a recuperação da soberania territorial na íntegra.

"No entanto, Zelensky consegue continuar a criar uma pressão constante face aos russos e obriga-os a sérios esforços para repor stocks que têm na Crimeia. Temos de facto uma pressão constante, embora sem vitória, no sentido da Ucrânia não negociar com os russos enquanto não admitirem que estão a violar o território do país", refere.

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  • Cidadao
    20 ago, 2022 Lisboa 11:58
    As "negociações de paz" nos termos de Moscovo, incluem o reconhecimento da anexação da Crimeia, do Dombass, duma superfície territorial que corresponde a metade da Itália - cheia de Portos, infraestruturas industriais e minérios, logo, o "melhor bocado" da Ucrânia - de cortar as saídas para o Mar e claro, uma desmilitarização total para que quando vierem buscar o resto, não haja resistência digna desse nome. Em suma, tornar a Ucrânia um "País fofinho" pronto para cair nos braços da Mãe Rússia. Claro que Zelensky e o Povo Ucraniano, mostram o dedo do meio, a estas pretensas "negociações" à La Moscovo, principalmente agora que completaram a transição do vetusto armamento soviético dos anos 70, para moderno armamento ocidental e estão a levar a guerra de guerrilhas a sítios onde ela nunca esteve, como a Crimeia. E para a Rússia, o pior ainda está para vir.

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