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Covid-19

Fausto Pinto. Simpatia do Governo custou "o último Natal" a muitos portugueses

09 jan, 2021 - 22:19 • André Rodrigues com redação

O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa lamenta a coragem do Governo para aplicar restrições ao período do Natal e alerta que o SNS já não aguenta a pressão com cada vez mais novos casos diários de infeção.

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Fausto Pinto D9
Fausto Pinto, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Foto: DR

O Governo quis mostrar abertura, ser “simpático”, ao aliviar as restrições da pandemia no período natalício. Mas as intenções do executivo de António Costa saíram furadas, tudo indica, agora que o país se prepara para voltar a confinar.

“Diria que [o Governo] tentou ser simpático, mas o vírus não é nada simpático. E, infelizmente, temos muita gente que passou o último Natal da sua vida [em 2020]”, confessou Fausto Pinto, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em declarações à Renascença este sábado.

Segundo Fausto Pinto, faltou coragem ao Governo para aplicar restrições ao período do Natal.

“Acho que tem que que haver aqui um exercício de humildade, para perceber que as medidas não foram adequadas se o resultado é mau. O o resultado é mau e vai piorar, não tenho dúvida nenhuma. Se temos 10 mil pessoas infetadas por dia durante três ou quatro dias, a matemática não falha aqui. Vamos ter uma pressão muito complicada nos próximos tempos”, disse.

O Serviço Nacional de Saúde já não está a aguentar a pressão, face ao agravamento da situação epidemiológica em Portugal, alertou ainda Fausto Pinto.

“Como alertamos ao longo deste período, cada vez que não estando a situação estabilizada se vão aliviar medidas, obviamente que isso tem consequências. E sobretudo quando sabemos o que se está a passar ao nível hospitalar e ao nível de pressão do SNS. Portanto, ao haver algum alívio de algum tipo de medidas que, infelizmente, são aquelas que têm algum resultado, isso tem consequências. Aquilo que estamos a observar agora é triste, é lamentável, mas não é de nada inesperado para nós que acompanhamos isto com bastante cuidado”, afirmou.

Comentários
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  • Paulo
    11 jan, 2021 Coimbra 12:18
    Não sei porque criticam o Governo de ter aliviado as medidas no Natal! O facto é que o alivio das medidas apenas veio provar a irresponsabilidade das pessoas, pois até com as medidas aplicadas no Ano Novo, as pessoas continuaram a não cumprir regras! Caros amigos, antes de imputarem culpas ao Governo, tenham vergonha e cumpram as regras, é lamentável ver gente adulta a comportarem-se de forma irresponsável! É fácil para nos desculparmo-nos apontar o dedo a terceiros, neste caso ao Governo! Coloquem a mão na consciência e pensem o que já fizeram até à data para ultrapassar este problema! Que sociedade que estamos a ficar, vergonha!
  • pedro
    10 jan, 2021 alvide 16:04
    Vamos todos ficar fechados em casa até morrermos de estúpidos. Ao menos nada de covid!!!!!!!
  • Maria Oliveira
    10 jan, 2021 Lisboa 12:28
    É certo que estamos numa pandemia, sendo muito difícil, em qualquer país, que os serviços de saúde respondam sem falhas. Mas também é verdade que tem havido muita responsabilidade por parte do Governo. Desde o "milagre", que não existiu (não havia testes em número suficiente) até às medidas contraditórias que foram estabelecidas, passando pela falta de preparação para a 2.ª vaga que todos anunciavam, o governo tem sido de gritante incompetência. Acresce a despropositada propaganda, mais recentemente com as vacinas, que deu à população um sinal de que tudo ia ficar bem rapidamente, com o inevitável relaxamento dos cuidados. O termo de restrições no Natal foi péssimo porque, de facto, o vírus não tirou férias. Parece-me que está a tardar a imputação de responsabilidades, que tem de ser feita. Os mortos reclamam-no. Devíamos estar todos de luto.
  • EU
    09 jan, 2021 PORTUGAL 23:51
    Fui CRÍTICO, no princípio, em relação aos Governantes. Agora? Agora são as PESSOAS. As Pessoas não teem TINO.
  • Filipe
    09 jan, 2021 évora 22:59
    A simpatia a reboque do curvar as costas aos magnatas perigosos da economia Portuguesa como não houvesse mais nada na vida do que meter euros ao bolso sem passar fatura/recibo. Agora , um dia as crianças de hoje vão mais tarde julgar a dupla Marcelo/Costa , como os maiores genocidas da população Portuguesa , até esquecem Salazar em África ou os campos de concentração de judeus na WW2 . Muitos jovens ficaram sem avós , sem pais e mães pela razão de terem doenças associadas , mas o papel do Estado era terem evitado esta chacina humana em Portugal . Não estamos no tempo da peste Negra nem da gripe Espanhola , os recursos para evitar esta matança existem ou será que a utilizam para roubarem fundos da Europa e os encaixarem no bolso dos mesmos criminosos de sempre em Portugal . Os sucessivos Estados de Emergência tem sido como carne para canhão . A ver se metem na cabeça que este vírus só é travado pela solidão , as vacinas , as máscaras e o gel das mãos , são atributos para a morte certa de milhares de pessoas que acreditam na banha da cobra . Metam-se em casa de uma vê por todas , popem vidas . Se não tem recursos , chamem as Forças Armadas para ajudarem , é que não se tem visto nem nas ruas e são milhares que procuram subir de posto a pensar que um dia vai haver uma guerra , no entanto a guerra já começou e nem deram conta .

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