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Natal

Católicos orientais e ortodoxos celebram alegria de Natal, apesar das limitações

06 jan, 2021 - 17:19 • Com Ecclesia

Padre Ivan Hudz acompanha comunidade ucraniana no Alentejo e fala em momento de festa, que contrasta com a pandemia. O Papa saudou todos os que começam a celebrar o Natal esta quarta-feira.

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Milhões de cristãos de tradição oriental, incluindo católicos e ortodoxos, começam a celebrar esta quarta-feira o Natal, segundo o calendário juliano que ainda é seguido por algumas igrejas.

O padre Ivan Hudz, que acompanha a comunidade ucraniana greco-católica na arquidiocese de Évora e diocese de Beja, destacou que a celebração do Natal, mesmo com limitações, “é sempre” oportunidade para “reunir e prestar culto divino” nas suas tradições”.

“Vai ser com limitações mas é sempre um momento, estando fora do nosso país, da nossa pátria, para reunir e prestar culto divino nas nossas tradições, na nossa espiritualidade, partilhando esta alegria neste tempo de desgraça, como chamamos, mas sempre com esperança que a luz de Cristo que vai nascer vai iluminar estas trevas das nossas dúvidas, de falta de fé”, disse hoje o sacerdote, em declarações à Agência Ecclesia.´

As comunidades que seguem o antigo calendário juliano começam esta noite três dias de festa, que incluem o Natal e as celebrações da Sagrada Família e de Santo Estêvão, primeiro mártir cristão.

O facto não foi esquecido esta quarta-feira pelo Papa Francisco, que endereçou a todos os que começam a celebrar o Natal esta quarta-feira uma saudação especial no final da oração do Angelus, em Roma.

“Dirijo-me com afeto aos irmãos e irmãs das Igrejas Católicas Orientais e Ortodoxa que, segundo a sua tradição, celebram amanhã o Nascimento do Senhor. A eles apresento os meus votos mais sinceros de um Santo Natal, à luz de Cristo, nossa paz e nossa esperança”, afirmou.

Aparecem sempre alguns portugueses

O padre Ivan Hudz, que acompanha a comunidade Greco-Católica Ucraniana na Arquidiocese de Évora e Diocese de Beja, preside esta quarta-feira à liturgia de Natal, às 21h00, na igreja da Graça, em Évora.

O sacerdote revela que nos “últimos dias” pensou na homilia que vai dizer aos “compatriotas que estão longe da sua família” e lembra que o Papa Francisco “mostra sempre, e várias vezes diz”: “Não temais, a luz de Deus e misericórdia é superior a todas as dificuldades”.

“Quem quer viver deve aprender a amar, sejamos sós ou com a família, o amor é a verdadeira luz que Deus nos ensinou, por isso, chamamos cristãos. E para todos os cristãos nestes dias de provação, e também para os meus paroquianos de rito latino, enquanto estamos com Deus não devemos temer nada”, acrescentou.

Muitos católicos de rito oriental e a maioria dos ortodoxos celebra a 7 de janeiro o nascimento de Jesus, que começa a ser vivido esta quarta-feira com um dia de jejum, Missa, e o encontro entre familiares e amigos à mesa.

“Nestas celebrações segundo o nosso rito e a nossa tradição mostramos também a nossa cultura e a nossa fé e podemos partilhar com outras pessoas que são iguais, têm a mesma fé, mas prestam culto divino de outra maneira”, assinalou o pároco de Alcáçovas, Torrão e São Romão do Sado, na Arquidiocese de Évora.

Neste contexto, o padre Ivan Hudz assinala que “aparecem sempre alguns portugueses” nas celebrações da comunidade Greco-Católica Ucraniana, “pessoas que gostam de partilhar esta alegria”.

O padre Ivan Hudz acrescenta que esta quinta-feira preside à celebração do Natal para a comunidade Greco-Católica Ucraniana, às 19h30, e na sexta-feira também, no “segundo dia do Natal”, seguindo “o calendário como na Ucrânia na Igreja Católica de Rito Bizantino”.

O calendário solar juliano foi criado em 45 a.C. pelo imperador romano Júlio César e difere do calendário gregoriano, utilizado no Ocidente; quando entrou em vigor, em 1582, o Natal era celebrado com 10 dias de diferença e, ao longo de quase 500 anos, a diferença aumentou em mais três dias.

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